Após 45 anos dedicados à magistratura, o Desembargador Sérgio Arenhart se aposenta compulsoriamente do TJPR em uma emocionada homenagem realizada na tarde de hoje (27/1), na 6ª Câmara Cível, sala Des. Luiz Viel.

O Desembargador Irajá Romeo Hilgenberg Prestes Mattar, Presidente da 6ª Câmara, iniciou a homenagem em reconhecimento ao trabalho do colega, Desembargador mais antigo na carreria da magistratura. "Será difícil julgar sem a presença de Vossa Excelência".

Também integrante da Câmara, o Desembargador Clayton de Albuquerque Maranhão, falou em nome dos colegas: "Sergio Arenhart é daquelas pessoas marcantes, de personalidade forte, com convicções bem fundeadas, portanto um líder. Suas decisões sempre foram muito bem fundamentadas, guiando os seus pares como uma bússola cujo norte sempre foi a Justiça".

O Presidente em exercício do TJPR, Desembargador Paulo Roberto Vasconcelos disse ser fácil falar de Sérgio Arenhart, que para ele é um exemplo de magistrado e de colega. "A soma de valores por onde você passou, levou para o Órgão Especial. Tenha certeza que todos nós aplaudimos sua atividade e sua atuação de magistrado correto, íntegro e transparente".

Para o Corregedor-Geral da Justiça, Desembargador Eugênio Achille Grandinetti, hoje foi um dia de alegria para a família, mas de tristeza para o Judiciário. "Sua aposentadoria é uma perda para a magistratura paranaense, para o Órgão Especial e para a nova cúpula diretiva do TJPR. Vamos perder uma bússola de sabedoria".

Por sua vez, o Procurador-Geral do Ministério Público Gilberto Giacóia disse que Arenhart é um exemplo de homem, um padrão de magistrado e um modelo de cidadão. "Sérgio Arenhart é um magistrado que honrou a sua toga, deixou rastros de luz pelo caminho".

Representando a OAB, o Advogado Edgard Cavalcanti de Albuquerque, que foi presidente da Ordem no período de 1998 – 2000, elogiou as Decisões do Desembargador e ressaltou: "O senhor sai elogiado pelos advogados. Nunca ouvi uma crítica a seu respeito. O senhor exerceu suas funções com parcimônia".

Filho do Desembargador homenageado, o Procurador Regional da República no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Sérgio Cruz Arenhart, em nome da família, prestou uma emocionada e singela reverência ao seu pai. "Em sua biografia vejo a palavra: magistrado. Você é e foi um juiz maior, um verdadeiro mestre. Não há quem deixe de ouvir suas qualidades".

Para encerrar os discursos o Desembargador Gilberto Ferreira pediu a palavra para contar a fábula do juiz romano e dizer do orgulho que tem de ser seu colega. "Todos nós sentimos orgulho de te conhecer e de te admirar. A sua história ficará registrada".

Ao final, após ouvir os discursos em sua homenagem, o Desembargador Sérgio Arenhart, muito comovido, disse: "Despeço-me hoje da judicatura, fazendo-o com a alma leve e certo de haver me empenhado até o limite da capacidade para contribuir com a minha parte para o engrandecimento do Poder Judiciário. Todo o tempo de minha atuação, quer em primeiro quer em segundo grau, sempre tive presente a promessa que fiz no ingresso da carreira e depois renovei quando cheguei a esta Corte – a de cumprir com honra e retidão as funções do cargo assumido. E não vai nisso qualquer mérito ou excepcionalidade, senão o mais puro respeito ao princípio básico da nobre missão de julgar...".

Ao terminar seu discurso, no qual agradeceu familiares, amigos e colegas, o Desembargador pediu licença para quebrar o protocolo. Assim, retirou a toga no plenário e entregou nas mãos de seus filhos que prosseguem a jornada jurídica, dizendo: "E, daqui para diante – queridos filhos, genro e nora, estimada esposa e amadas netas, o meu tempo todo será dedicado a vocês!".

Também estavam presentes, além dos familiares de Sergio Arenhart, os Desembargadores e Juízes substitutos em 2º Grau que compõem a 6ª Câmara Cível, demais desembargadores, desembargadores aposentados, magistrados, procuradores, promotores, advogados, servidores e amigos.