Obras de reforma do Palácio da Justiça estão 80% concluídas


Obras de reforma do Palácio da Justiça estão 80% concluídas

Ter, 03 mai 2016 15:20:37 +0000

A grandiosa intervenção no Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça do Paraná, está na etapa final de obras. A entrega do prédio totalmente restaurado, reformado e modernizado, sem perder suas características históricas, está prevista para o segundo semestre deste ano.

O Palácio da Justiça é edificação tombada pelo Patrimônio Cultural Estadual, que acompanha de perto as obras. “Na vistoria de março deste ano, o Tribunal de Justiça foi parabenizado pela excelência dos trabalhos de restauro”, comentou o Diretor do Departamento de Engenharia e Arquitetura do TJPR, Paulo Molinari, responsável pela elaboração do projeto. A execução da obra é responsabilidade da  empresa Sial Engenharia e Construção.

Economia e sustentabilidade –

Entre as principais preocupações do projeto estão a política ambiental e a economia de água e energia. Por isso, o novo Palácio da Justiça contará com duas caixas de coleta de água pluvial, cada uma com capacidade para 15 mil litros, que serão utilizados para abastecer os banheiros e limpeza em geral.

“Isso garantirá ao TJPR uma economia drástica de água, na ordem dos 50%”, explicou o Gerente Técnico da obra, Engenheiro Carlos German Flores.

No quesito energia, também haverá uma acentuada queda no consumo, graça a medidas inteligentes concebidas no projeto. “O sistema VRF de ar condicionado permitirá de forma limpa e eficiente garantir o resfriamento através de água e o aquecimento através de caldeiras a gás, proporcionando menor consumo de energia”, informou o Engenheiro responsável pela equipe de Vistoria e Fiscalização, Alexandre Arns Steiner.

O Diretor do Departamento de Engenharia e Arquitetura do TJPR também citou como exemplo de economia de energia os novos elevadores, de altíssima tecnologia. “Além de otimização no acionamento, através de uma central de inteligência, eles irão operar utilizando regeneração ou auto aproveitamento de energia”, explicou Molinari.

Outro item que irá proporcionar economia de energia será a nova iluminação, integralmente em LED. “Mais eficiência e com vida útil até cinco vezes maior, a nova iluminação irá proporcionar ao TJPR uma economia aproximada de R$ 500 mil a cada ano”, disse o Engenheiro residente da obra, Egberto Acyr Pereira Hilú.

Molinari comentou que a alteração do sistema de iluminação para LED (o projeto previa iluminação fluorescente) foi uma iniciativa do Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Paulo Roberto Vasconcelos.

Preservação da história -

Uma oficina de restauro, provisoriamente instalada no andar mezanino da obra, permitiu ao projeto contar com azulejos, pisos e pastilhas originais. Com isso, o hall dos elevadores públicos e os sanitários públicos de todos os pavimentos, bem como todo o 6° pavimento, irão preservar a arquitetura original do prédio, projetado em 1951 pelo arquiteto Sérgio Roberto Santos Rodrigues e executado entre 1953 e 1957. O Tribunal de Justiça passou a ocupar o prédio em 1962, uma vez que a construção original previa a instalação das Secretarias Estaduais do Poder Executivo.

“Restauramos aqui, entre muitos outros itens, 4,7 mil m² de pastilhas originais do prédio, em cinco cores diferentes”, explicou a Arquiteta responsável pelo restauro, Thereza Duarte. “É um trabalho artesanal, minucioso, feito individualmente a cada peça e que exige muito envolvimento e paixão de toda a equipe”, contou.

Um total de 800 m² de tacos de imbuia foram recuperados e portas e paineis de madeira foram lixados para se descobrir a cor original. Mármore Paraná novo, nas mesmas cores e padronagem dos originais, foi adquirido, permitindo composição com o material recuperado.

Para o trabalho de restauro, inicialmente foi feita uma ampla pesquisa histórica com base em fotos, documentos, observação e entrevistas. A partir daí teve início o efetivo trabalho de recuperação das peças, executado por uma equipe de 11 pessoas e coordenado pela arquiteta Thereza Duarte.

“Tudo está sendo feito para respeitar e valorizar a maravilhosa história que este prédio tem”, conta a arquiteta. Ela lembra que itens obrigatórios nas áreas de segurança, acessibilidade, tecnologia e conforto foram adequados ao projeto sem nenhum prejuízo à memória histórica do prédio, trazendo assim a edificação histórica com todas suas características originais, porém com o melhor da tecnologia atual em sua infraestrutura de serviços.

Detalhamento -

No novo Palácio da Justiça, o gabinete da Presidência do TJPR voltará a ocupar o primeiro andar do prédio. A assessoria e a direção geral, bem como 82 gabinetes de Desembargadores, também serão instalados no prédio restaurado. Os gabinetes do 1º e 2º Vice-Presidentes, do Corregedor e Corregedor Geral irão permanecer no Prédio Anexo, bem como o salão do Pleno e 58 gabinetes de Desembargadores.

Haverá integração de todos os pavimentos do Palácio da Justiça com o Prédio Anexo através de passarelas executadas em 79 toneladas de aço. Dois elevadores privativos novos serão instalados, para somar com os seis elevadores que atendem ao público.

A obra contará ainda com 23 quilômetros por pavimento de cabeamento novo para instalação de tecnologia, o que representa um total de 220 quilômetros em todo o prédio.

Haverá 12 mil m² de paredes em dry-wall internas ao prédio para divisão de ambientes, 2,75 mil m² de novo brise para fachada frontal em alumínio e mais 2.840 luminárias tipo LED a serem instaladas em salas e corredores internos.

A reforma e restauro do Palácio da Justiça obedecerão às normas de acessibilidade, de segurança e de prevenção de incêndios, além de critérios específicos que devolverão à comunidade paranaense a monumentalidade original do edifício junto ao maravilhoso conjunto arquitetônico do Centro Cívico de Curitiba. (acesse mais fotos no flickr do TJPR)