Nos dias 28 e 29 de novembro a 2ª Vice-Presidência do TJPR promoveu um curso de Justiça Restaurativa para diversos agentes da comunidade de vários municípios do estado. No total, 50 pessoas, entre assistentes sociais, advogados, policiais, entre outros profissionais, participaram da capacitação que foi ministrada pelo Desembargador Roberto Portugal Bacellar.

Coordenadora do Conselho da Comunidade de Campo largo, a advogada Fabiana Kolling, se mostrou muito satisfeita com a capacitação. Ela que já atua com apenados, acredita que poderá desenvolver um trabalho muito mais eficiente e benéfico para toda a sociedade. “Eu como profissional gostei muito, o que mudou depois do curso foi a visão mais atenta aos atendidos, aos familiares e à sociedade, ouvidos mais ativos, vocabulário menos agressivo e humanização do atendimento. A Justiça restaurativa faz toda a diferença”, pontuou ela.

Para a Policial Militar, Juvilda Aparecida Daniel Silva, os conceitos de Justiça Restaurativa trouxeram uma visão nova para sua atividade profissional. “Já estou vendo como poderei implar a Justiça Restaurativa no meu setor, a abertura de janelas que a gente pode chamar pra responsabilidade da vítima e também do agressor. Eu vejo que sementes estão sendo plantadas e eu estou vendo que a gente terá muita produtividade”, apontou a policial.

A diversidade de participantes no curso foi um dos pontos de maior destaque para o Desembargador Roberto Portugal Bacellar: “Temos Ministério Público, polícia, município, estado, penitenciária, são pessoas envolvidas em pontos estratégicos”. O magistrado ainda completou falando sobre os resultados que prometem ser muito positivos: “o Tribunal de Justiça fazendo este curso fará a diferença na vida de muitas pessoas, nas comunidades, nos Juizados Especiais, na infância e adolescência, no sistema penitenciário, no atendimento da polícia, ou seja, é um curso que vai permitir que os resultados sejam efetivamente alcançados com uma maior satisfação e atendimento da população”.

Essa também é a expectativa da integrante do Conselho da Comunidade de Fazenda Rio Grande, Noélia Regina Santos Bueno. “Esse curso traz para nós, conselheiros, uma excelente oportunidade de dar sentido no trabalho que nós fazemos. O Tribunal podendo disponibilizar vagas para as pessoas poderem fazer o curso é excelente. Só temos a ganhar, ganham as pessoas, ganha o Estado, ganhamos todos nós que somos integrantes de uma sociedade muito carente de entendimento, de saber o que você é e o que você faz”, afirma Noélia.

A partir da capacitação desses agentes, que atuam em diversas áreas, a expectativa é auxiliar o trabalho das Centrais de Medidas Socialmente Úteis – CEMSU`s – espalhadas por diversas comarcas paranaenses. De acordo com a Presidente da FECCOMPAR, a Federação dos Conselhos da Comunidade do Paraná, e uma das participantes do curso, será possível espalhar os conceitos de Justiça Restaurativa para diversos pontos do Estado. “Eu já tive várias ideias e propostas a serem levadas para os demais Conselhos da Comunidade, que já trabalham com o regime aberto e com medidas alternativas, para que a pena possa ser realmente socialmente útil e possa ter um retorno, não só para a sociedade, mas para o próprio indivíduo”, completou ela.