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Magistrado Olivar Coneglian


MAGISTRADO OLIVAR CONEGLIAN

Por Desembargador Robson Marques Cury

Nascido em 1938 na cidade de Lençóis Paulista, formou-se em Direito na cidade de Bauru também em São Paulo. Licenciado em Letras pela Faculdade de Filosofia de Cornélio Procópio e Mestre em Lingúistica pela PUC de Porto Alegre RS. Mudou-se para o Paraná em 1960 para lecionar e, após concurso, ingressou na magistratura, percorrendo as comarcas de Wenceslau Braz, Senges, Medianeira, Umuarama, São José dos Pinhais e Curitiba. Aposentou-se em 1994. Especializou-se em Direito Eleitoral. Publicou os livros: Propaganda Eleitoral, Lei das Eleições Comentadas, Radiografia da Lei das Eleições e Direito Eleitoral Contemporâneo. Lecionou na Universidade Nacional de Brasília e proferiu palestras em Diversos Tribunais Regionais Eleitorais da Federação. Publicou diversos artigos sobre matéria eleitoral em revistas e jornais especializados.

Participou intensamente da vida associativa da magistratura. Na Amapar desempenhou as funções de vice-presidente na gestão Xavier Neto 1987/91, diretor social na gestão Luiz Cezar em 1992/93 e, diretor cultural na gestão Sidney Mora de 1994/95, promovendo onze seminários jurídicos da magistratura nas coordenadorias estaduais.

Poeta dotado de rara sensibilidade, fruto de imensa bagagem cultural e dos seus estudos de latim e docência, da língua de Camões, publicou em 2008 pela Juruá Editora a excepcional obra Poemas de Cristal, e Olivar assim a apresenta:

           
Fiz este livro em colheitas
de tantos sítios da vida,
sem curva de nível ou leiras
sementes jogadas a esmo.

Agora que recolhi,
em ‘Poemas de Cristal’,
pedras que brilham, sólidas,
sem uma forma estudada,
foi para lembrar de alguém.

E lembro agora teu nome,
o nome e tantas coisas,
e escrevo, que é só o que sei,
além de guardar comigo
os gestos e circunstâncias.

E fiz para este Natal
ou qualquer outro Natal,
ou para um dia qualquer que
seja Natal para ti,
e se não for dezembro,
que seja Natal para  nós.

E o Natal ou este dia
seja um de outros por virem
e seja sempre tão belo
como a luz da meia noite
de tua árvore brilhante,
onde este livro repouse
no meio daqueles presentes,
amados, porque surpresa.

 

Presença


Numa noite assim, de tristeza
numa multidão, eu assim, solitário,
numa desesperança, eu assim, sem consolo,
numa solidão assim, sem entusiasmo,
numa espera assim, espera do nada,
num dançar assim, de músicas suaves,
tua presença foi alegria.
foi alegria.

 

E no capítulo das poesias sem nome:

 

Meus rastros são a única paisagem
a me ligar aos chãos por onde andei.

Não sou ninguém em meu passado morto,
não fiz história, nem deixei saudades.

Os rastros dos meus pés  já calcinados
na areia quente de um viver sem dor,
não são mensagens nem contêm caminhos.

São passos tortos, rastros mortos, fim,
que o vento morno e a chuvarada fria
vão desfazendo do perpetuamente.

Meus rastros mortos, única paisagem
no chão de estradas que corri sem ser.

 

O sorriso de cristal


O sorriso de cristal
desfez-se no vento-ausência.
Os  estilhaços da angústia
foram espalhados pelo tempo.

O sorriso de cristal
chocou-se contra o destino
bateu em pedras de adeuses
partiu-se em lágrimas brancas.

O sorriso de cristal
chocou-se contra o destino
dos abandonos sem data.

(Mil lágrimas de vidro
cobriram o meu destino
onde caminho saudade.)

 

Nessa obra,  leio e releio, alegrando minha alma, onde poesias são Lascas de Pedra, Sonetos variados, Circunstâncias, onde não poderia faltar a Trilogia para a Mulher Amada, nem os poemas Sem Nome, tampouco Natal e Poesia Vital.

Juiz de Direito, Professor, Escritor, Advogado. Sempre bem sucedido. A obra prima do poeta Olivar Coneglian traduz-se na vida dos Poemas de Cristal. Sempre acompanhado da inseparável esposa Ruth, filhos e netos. Seu filho Olivar Augusto segue carreira na magistratura do Estado do Mato Grosso do Sul.

 

Por Desembargador Robson Marques Cury