No último dia 12 de setembro, o Programa Jovens Promissores completou um ano de atendimento a adolescentes em vulnerabilidade social, com destaque àqueles que, por terem sido vítimas de diversos tipos de violência, são destinatários da medida protetiva de acolhimento institucional.

Durante esse período, 61 jovens da Região Metropolitana de Curitiba concluíram a etapa de formação e passaram para a fase de encaminhamentos individualizados. Nessa etapa, 82 oportunidades foram geradas aos participantes, incluindo ofertas de emprego, aprendizagem, estágio, cursos, dentre outras iniciativas alinhadas aos objetivos do Programa, que segue em franca expansão, diante dos ótimos resultados atingidos.

A 2ª Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), idealizadora do Programa, acredita que sua expansão para as comarcas do interior do Estado tem obtido êxito devido à flexibilização com as necessidades dos adolescentes em vulnerabilidade social de cada região. “Diante das particularidades de cada realidade e evitando medidas reducionistas, o Programa enfrenta o desafio de preparar os adolescentes acolhidos para a vida adulta por meio de uma série de atividades em grupo e individuais, a depender dos objetivos pretendidos a cada etapa”, afirma a Desembargadora Lidia Maejima.

Recentemente, o Programa entrou em funcionamento na Comarca de Toledo, onde cerca de 10 adolescentes em vulnerabilidade social acompanhados pela Vara da Infância e Juventude participam das atividades no CEJUSC local.

Além disso, quatro novas turmas terão início no mês de outubro, incluindo uma em Ibaiti, duas na Região Metropolitana de Curitiba e uma turma avançada, voltada aos participantes que já concluíram a formação, mas manifestaram interesse em aprofundar sua preparação para a inserção no mercado de trabalho.

O Programa

O acolhimento institucional, mais extrema medida protetiva prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, é restrito às hipóteses em que a permanência junto à família seja prejudicial ao superior interesse de seu destinatário. E, se a entrada da criança ou adolescente em uma das Unidades de Acolhimento Institucional já é bastante traumática, por decorrer de graves violações a direitos fundamentais, sua saída, quando há o alcance da maioridade sem a reinserção em ambiente familiar, pode ocasionar novo abalo ao jovem que não está preparado para gerir sua vida de maneira digna.

Frente a essa demanda, o Tribunal de Justiça do Paraná, através do Programa Jovens Promissores, mobiliza esforços por parte de diversos setores do Judiciário, do Estado e da sociedade, buscando oferecer ferramentas para que os adolescentes acolhidos desenvolvam as condições de autonomia necessárias para que o ingresso na vida adulta se dê de forma mais adequada.

Na fase de formação, os participantes são reunidos em turmas de cerca de 15 integrantes, que participam de Círculos de Construção de Paz (prática empregada na Justiça Restaurativa), oficinas temáticas, visitas institucionais e uma solenidade de formatura, sempre visando desenvolver as condições necessárias para que cada jovem passe a ser protagonista de sua própria história. Em Curitiba, a formação passará a contar, também, com o apoio voluntário de profissionais nas áreas de psicologia, coaching de carreira, orientação vocacional e marketing pessoal, buscando oferecer aos jovens mais ferramentas para o início de suas carreiras profissionais.

Em seguida, os adolescentes recebem acompanhamentos individuais, visando, por exemplo, o encaminhamento a cursos, inserção no mercado de trabalho, ou outras iniciativas, conforme a necessidade específica de cada participante.

Texto: 2ª Vice-Presidência.