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Representantes do TJPR falam sobre Depoimento Especial durante evento em Foz do Iguaçu


REPRESENTANTES DO TJPR FALAM SOBRE DEPOIMENTO ESPECIAL DURANTE EVENTO EM FOZ DO IGUAÇU

Experiência de juízos da Infância e Juventude foi apresentada em Congresso de Psicologia

Entre os dias 22 e 25 de agosto foi realizado o XVI Encontro Paranaense de Psicologia e o II Congresso Internacional de Psicologia da Tríplice Fronteira, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). O evento contou com a participação de magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que apresentaram a experiência de Comarcas paranaenses com a prática do Depoimento Especial de vítimas de violência.

Na sexta-feira (24/8) o Juiz Osvaldo Canela Junior, titular da Vara de Infrações Penais contra Criança, Adolescentes e Idosos e Infância e Juventude de Curitiba, falou sobre a experiência da unidade judicial com o Protocolo de Depoimento Especial (Portaria nº 03/2017) durante a mesa redonda “A palavra da criança: entre a busca da justiça e da proteção”.

O magistrado explicou as formas de coleta de declaração das crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, e apresentou os resultados positivos da prática, não apenas para o bem-estar e à garantia de seus direitos, mas também para uma produção de prova mais efetiva. Também participaram dessa mesa redonda o Juiz Carlos Eduardo Matiolli Kochanny, da Comarca de União da Vitória, e as Psicólogas Deisy Maria Rodrigues Joppert e Célia Regina Cortellete (moderadora).

Experiências Práticas de Depoimento Especial

Os analistas judiciários da área de Psicologia Maristela Sobral Cortinhas, Thaís Nunes e Dorivan Schmitt participaram, no sábado (25/8), da mesa redonda intitulada “Experiências Práticas de Depoimento Especial no Sistema de Justiça do Paraná”, em conjunto com a psicóloga Maria Cristina Bornancin Cit, coordenadora da Rede de Proteção de Almirante Tamandaré.

A analista Thaís Nunes, que atua na Vara de Infrações Penais contra Crianças, Adolescentes e Idosos de Curitiba, complementou a explanação do Juiz Osvaldo Canela Junior. Ela ressaltou a atuação do psicólogo no Depoimento Especial e explicou em detalhe os procedimentos que garantem a escuta em um ambiente seguro e acolhedor, independentemente do método escolhido.

Dorivan, psicólogo da Vara da Família e da Vara Criminal de Araucária, contextualizou o histórico da participação do Serviço Auxiliar da Infância (SAI) em audiências criminais e falou sobre a experiência com o uso do Depoimento Especial, com produção antecipada de provas, após a assinatura de um Termo de Cooperação com a Rede de Proteção do Município. Ele também explicou sobre as orientações produzidas por um Grupo de Trabalho do Conselho Regional de Psicologia (CRP) aos psicólogos do Estado em relação à escuta de crianças e adolescentes vítimas de violência.

A psicóloga Maristela, analista judiciária que atua no Juizado de Violência Doméstica e Vara de Crimes contra Crianças, Adolescentes e Idosos de São José dos Pinhais, apresentou os procedimentos referentes à metodologia de Depoimento Especial que estão sendo implementados na unidade. Ela também apresentou um relato de experiência do atendimento psicológico que é realizado com mulheres em situação de violência.

Na mesma mesa redonda, ainda expôs seu trabalho a Psicóloga Maria Cristina Bornancin Cit Santana, Coordenadora da Rede de Proteção de Almirante Tamandaré, que realiza a escuta especial juntamente com outra profissional no âmbito da Rede de Proteção. Ela explicou sobre o trabalho de acolhimento às vítimas e sobre a proteção integral, principalmente nos aspectos sociais e de saúde.

Protocolo de Depoimento Especial

A Portaria nº 03/2017, expedida pelo Juízo da Vara de Infrações Penais contra Criança, Adolescentes e Idosos e Infância e Juventude de Curitiba, regulamenta o Depoimento Especial em todas as suas fases, desde a intimação da vítima até o encaminhamento ao final para atendimentos necessários. Ele atende à Recomendação 33 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está em consonância com a Lei 13.431/2017.

O Protocolo busca proteger e garantir os direitos e o bem-estar das crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, por meio da garantia de um ambiente acolhedor e seguro para a vítima depor, mesmo quando opta por falar perante o Juiz. Essa prática traz um resultado positivo não apenas para as vítimas (que sentem-se mais seguras), mas também para o processo, que conta com relatos livres, mais detalhados e fidedignos.