Sexta-feira passada (18/8), na Caximba, levamos mais que dignidade. Levamos a esta gente a esperança de que existe a esperança. Conseguimos pouco a pouco entregar um a um o reconhecimento da paternidade ou o registro tardio, ao outro o divórcio tão esperado e no rosto a alegria de em seguida fazer a inscrição do casamento que vai dar àquela família o reconhecimento social e o recebimento na comunidade religiosa.

Mas muito além e a redobrada satisfação de saber que a justiça não é frágil, pois ali representada por aqueles poucos servidores da verdade leva a promessa da ágil busca da certidão atualizada, que na humildade do catador de lixo, do lixo da cidade ali despejado no seu quintal que diz ser sua casa "doce lar" espera ansioso o dia do sim.

Foram concluídos mais de 200 atendimentos entre divórcio, reconhecimento de paternidade socioafetiva, retificação de registro civil, guarda e responsabilidade, exame de DNA, Restabelecimento de Sociedade Conjugal, inscrição para casamento, entre outros, além da celebração do casamento coletivo ao final da tarde do dia 19 na Rua da Cidadania do Tatuquara, totalizando mais de 2 mil atendimentos.

Participaram do evento com ânimo e alegria os servidores do Tribunal de Justiça, o magistrado Augusto Gluszczak Junior, do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher e Anexos de São José dos Pinhais/PR; e o representante do Ministério Público Régis Rogério Vicente Sartori, com sua equipe da Promotoria das Comunidades, bem como o médico voluntário Rogério Augusto Peixer Cavallieri, que com esmero e dedicação realizou as avaliações médicas nos pedidos de Curatelas, atendendo a pretensão do Juiz presente, permitindo o tratamento igualitário às partes.

A imperiosa participação das faculdades com os alunos do curso de Direito,  FESP, representada pelas professoras Elaine Oshima e Josiane Aparecida Piurcoski; FAE, na pessoa da coordenadora do Curso, Regina Cardoso de Almeida Andrade Costa, e da Professora Tania Francisca dos Santos, da Uniandrade, os professores José Carlos Dizidel Machado e Josimar Simbalista; e da Unicuritiba, com as professoras Joice Batista da Silva Guadagnin, Thais Caroline Rosa Chao e Debora Jugend de Lacerda.

A estrutura do evento contou com a parceria da Prefeitura Municipal de Curitiba, Instituto Curitiba de Informática (ICI), Copel, DNALAB e Cartórios de Registro Civil, em especial a Serventia da CIC, que em ambos os dias esteve lado a lado à população vulnerável no cumprimento de seu ofício.

O casamento coletivo foi impecavelmente organizado pela Prefeitura Municipal, contando com a habilitação de 50 casais e celebrado pela Desembargadora Joeci numa emocionante cerimônia que mobilizou a comunidade.

Texto: Joeci Machado Camargo