O Dia Internacional da Mulher - 08 de Março

08/03/2022

    O dia 8 de março pode — e deve — ser celebrado, em comemoração a tantas árduas conquistas alcançadas por mulheres fortes, valorizando o legado que elas deixaram. Mulheres fortes do passado lutaram para que as mulheres de hoje pudessem ter mais igualdade, liderança e direitos. Entretanto, além da celebração, é necessário haver um momento de reflexão; afinal, esta é uma data propícia para se pensar sobre quantas são as situações repugnantes, desconfortáveis e injustas às quais as mulheres ainda são submetidas no cotidiano, para que, conscientes dessa realidade, todos possamos nos unir para transformar esse cenário sombrio.

    Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade em que a cultura de dominação masculina permanece muito viva. Aliado a isso, muitas pessoas fecham os olhos para a realidade das mulheres, por  entenderem que o assunto não lhes diz respeito ou que o tema não é de grande importância. Questões como violência doméstica, assédio, feminicídio, desigualdade salarial, discriminação, menosprezo pelo gênero feminino, entre tantas outras semelhantes, permanecem latentes não apenas em território brasileiro, mas em âmbito mundial.

    Por outro lado, a história demonstra que o machismo não conseguiu ofuscar o brilho que é próprio das mulheres. Uma das maiores realizações que a humanidade já alcançou foi a presença das mulheres em diversos ambientes da sociedade. Elas geram vidas, conseguem acolher com graça, são mediadoras, constroem novos caminhos para a humanidade e são capazes de concretizar os seus sonhos. Mulheres são tão fortes que conseguem florescer em terrenos que antes eram inférteis para elas. É por isso que, apesar das inúmeras barreiras impostas para seu pleno desenvolvimento e para a igualdade de oportunidades e direitos, esses obstáculos não lograram impedir que, em todos os tempos, as mulheres demonstrassem seu potencial e fizessem a diferença na sociedade.

    Assim, neste Dia Internacional da Mulher, é importante rememorar as vitórias já conquistadas ao longo dos anos e, dessa forma, homenagear as inúmeras mulheres que foram à batalha, tanto nos séculos passados quanto nos dias atuais; mulheres essas que venceram o medo de protestar para que pudessem expressar suas objeções e vontades e lutar por seus direitos em um mundo machista e cruel. Além disso, é preciso refletir e agir para que essa luta siga adiante e ganhe uma proporção cada vez maior; é preciso convocar homens e mulheres a serem protagonistas nesse enfrentamento por direitos e tratamentos iguais, respeito e valorização de todo ser humano, independentemente do gênero. Isso porque, embora muito já se tenha progredido no decorrer dos anos, o caminho ainda é longo e deve ser constante, para que possa haver uma real ressignificação do papel da mulher na sociedade.

    Nesse contexto, a atuação das Coordenadorias Estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito do Poder Judiciário é de suma importância ao enfrentamento da violência contra a mulher, pois esses órgãos têm como um de seus principais objetivos elaborar e executar políticas públicas relativas às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Desta forma, as Coordenadorias da Mulher contribuem para que a divulgação dessa temática tão sensível seja amplificada, chegando ao conhecimento de um número maior de pessoas. No mesmo sentido, a Rede de Enfrentamento visa ao desenvolvimento de estratégias de prevenção e de políticas públicas que garantam às mulheres seus direitos humanos e sua autonomia. Além da responsabilização dos autores de violência. Desse modo, é possível a atuação conjunta entre instituições governamentais e não governamentais e a comunidade, cuja união é indispensável para a efetiva luta pela igualdade de gênero e o combate e prevenção a toda e qualquer violência contra as mulheres.