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Espaço Laços e Afetos completa um ano de atuação


ESPAÇO LAÇOS E AFETOS COMPLETA UM ANO DE ATUAÇÃO

Um ambiente adaptado para reestabelecer laços familiares

Inaugurado há um ano, o Espaço Laços e Afetos, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), é uma unidade de atendimento multidisciplinar destinada a crianças, adolescentes e idosos em visitas assistidas e monitoradas, determinadas pelas varas de família, varas da infância e da juventude e varas descentralizadas do Foro Central da comarca da região metropolitana de Curitiba. O espaço adaptado visa garantir que a convivência assistida possa ser exercida de maneira efetiva e humanizada.   

Neste primeiro ano, a equipe multidisciplinar atendeu cerca de 300 processos e realizou mais de 700 atendimentos. O projeto vem se expandindo: ganhou novas salas, novos profissionais e, desde maio deste ano, passou a atender também os casos envolvendo idosos. De acordo com a desembargadora Lenice Bodstein, idealizadora do projeto, o objetivo do projeto é garantir uma estrutura capaz de oferecer um tratamento mais humanizado: “A nova família vai exigir que o Judiciário apresente novas propostas de boas práticas e de novas soluções. E não adianta dar soluções escritas sem dar oportunidades para que elas aconteçam. Esse é o Judiciário moderno, acoplado a todas as normativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), podendo oferecer à comunidade paranaense uma visão mais sensível, com uma pitada de afeto e muita competência.” 

Situado no Centro Cívico de Curitiba, o espaço conta com três salas infantis (com tatames para os bebês, brinquedos e mobiliário colorido), uma sala adaptada para os adolescentes (com recursos voltados à faixa etária) e um espaço para atendimento aos idosos, localizado perto do banheiro para cadeirantes, em local com acessibilidade. O auditório é utilizado para as reuniões com grupos de pais e atividades de convivência para pessoas idosas. O espaço ainda conta com fraldário e parquinho para as crianças na área externa.  

A equipe multidisciplinar é formada por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, entre outros profissionais, que trabalham em um local preparado para atender desde o trabalho de estabelecer vínculos, como em uma investigação de paternidade, até situações mais graves, como alienação parental, delitos e abusos. O atendimento se inicia com uma entrevista de acolhimento, primeiro com a parte requerente, depois, em outro momento, com a parte requerida. Em uma terceira etapa, com a criança, o adolescente ou o idoso. Os profissionais fazem uma ambientação com a criança ou o adolescente, para criar um vínculo com a equipe. Depois disso, são agendados os encontros entre os familiares, que são realizados conforme determinação judicial.  

É no Espaço Laços e Afetos que as crianças, adolescentes e idosos, com vínculos familiares fragilizados, sentem-se acolhidos e ouvidos; é nele que se sentem seguros para falar e desabafar. Desta forma, o primeiro ano do projeto já cumpriu seu objetivo principal, o de poder contar inúmeras histórias em que os laços foram reestabelecidos, conforme relata a servidora Jussara Pacheco dos Santos, pedagoga do projeto: “A família em que a mãe vinha para ver o filho, e ela estava grávida, tivemos um bebê que nasceu fruto do Laços e Afetos. A criança que veio e que não queria ver o pai e hoje estava pintando o cabelo do pai aqui com tinta. Então, isso faz a diferença”, ressalta Jussara.    

De acordo com a pedagoga, é muito gratificante para a equipe ver a evolução do projeto ao longo deste primeiro ano, o número de acertos nas conciliações, o aumento do número de profissionais especializados, a expansão dos espaços e dos atendimentos. “É o fruto do nosso trabalho e da nossa dedicação. A equipe põe amor no trabalho, vibramos com cada conflito solucionado. Não é em todos os casos que a gente consegue ter o resultado esperado, mas estamos caminhando, e este é só o primeiro ano. A equipe vai se aprimorando muito com todos esses casos, cada um deles é um aprendizado pra gente também.”