Iniciativa que promove a emissão de documentos civis tem objetivo de combater o sub-registro, alcançando pessoas em vulnerabilidade 

TJPR elege desembargadora Luciane Bortoleto pelo critério de merecimento


TJPR ELEGE DESEMBARGADORA LUCIANE BORTOLETO PELO CRITÉRIO DE MERECIMENTO

Pela primeira vez, seguindo normativa do CNJ pela equidade de gênero, a lista para votação tinha apenas candidatas juízas  

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) promoveu na sexta-feira (03/05) a juíza Luciane Bortoleto ao cargo de desembargadora pelo critério de merecimento. Foi a primeira vez na história do Tribunal paranaense que a lista de inscritos para o cargo de desembargador, pelo critério de merecimento, foi formada apenas por mulheres. A sessão no Tribunal Pleno contou com 117 desembargadores e desembargadoras votantes. A juíza Dilmari Helena Kessler ficou em segundo lugar na votação, e a juíza Fabiane Pieruccini ocupou o terceiro lugar, portanto, ambas irão compor a lista tríplice na próxima eleição.

A lista de 18 juízas candidatas ao cargo de desembargadora segue a normativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a partir da alteração da Resolução nº 106 de 2010, que incentiva a promoção da equidade de gênero nos tribunais de 2º grau. "Como presidente, eu destaco a importante conquista que hoje se concretiza nessa eleição de desembargadora, com uma lista exclusivamente feminina, o que representa mais um avanço em direção à paridade de gênero no Judiciário brasileiro. Que sigamos todos, magistrados e magistradas, de mãos dadas, trilhando o caminho da igualdade, da fraternidade e do amor”, destacou presidente do TJPR, desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen, que presidiu a sessão.

Momento histórico da magistratura paranaense

Os critérios avaliados pelos desembargadores na votação por merecimento levam em consideração o desempenho, a produtividade, a presteza no exercício das funções e o aperfeiçoamento técnico dos candidatos. A juíza Luciane Bortoleto teve média de 99,43; a juíza Dilmari Helena Kessler recebeu a média 98,00; e a média da juíza Fabiane Pieruccini foi 97,92.  “Gostaria de registrar este momento histórico para a magistratura paranaense, em um passo importante na busca da igualdade entre magistrados e magistradas no acesso aos mais elevados postos do Judiciário”, ressaltou a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, presidente da Comissão de Igualdade e Gênero do TJPR.

A desembargadora Luciane Bortoleto ocupará a vaga da desembargadora aposentada Sônia Regina de Castro. Juíza desde 1998, Luciane Bortoleto atuou no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Curitiba, na Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), foi presidente do Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid) e teve atuação constante em temas relacionados aos direitos humanos. O período mais difícil da carreira foi quando atuou como juíza na Comarca de Matelândia, onde, na época, a maioria da equipe era formada apenas por homens, eram juízes, promotores e delegados. Desde então, seu interesse em atuar em questões relacionadas ao gênero e suas preocupações sociais marcaram sua trajetória como magistrada, considerando, especialmente, contextos de vulnerabilidade.

Descrição da imagem de capa: plenário do Tribunal Pleno.