O Lume: Lugar de Memória, espaço de preservação da memória paranaense sobre os anos da ditadura civil-militar no Brasil, realizou na quarta-feira (21/06) um encontro com 15 professores que realizaram o curso “Formação em Memória, Verdade e Justiça”. O evento contou com a participação do procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, que ministrou a palestra “A importância da educação e ensino em Memória, Verdade e Justiça”.   

O curso, lançado em maio deste ano, é destinado aos docentes da rede pública de ensino de Curitiba. Ele foi estruturado de modo a contextualizar o Lume dentro da discussão sobre o perigo dos governos autoritários no Paraná. 

Para o procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto, é importante ter o registro da memória e conhecer a verdade: “O sistema educacional precisa trazer essa discussão e reflexão, para que os futuros profissionais tenham conhecimento do que foi a ditadura militar, eu tenho certeza de que todos nós seremos transformados em um instrumento à disposição da nação brasileira e da sociedade paranaense, para que se atinja aquilo que é indicado como um objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, que é a superação das desigualdades sociais, a erradicação da pobreza, para que se possa se instalar uma sociedade livre, justa e solidária”. 

A professora de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Judite Maria Barboza Trindade, trouxe sua experiência como ex-presa política no Paraná: “A minha geração, a geração do ano de 1968, está em franco processo de extinção, já perdemos muitos amigos, e a tendência é acelerar esse processo, daí a necessidade de você preservar essa memória, e a ideia de você formar depositários e deixar guardiões da memória, que serão a geração que vem depois”. 

Estiveram presentes além do procurador Olympio Sá Sotto Maior Neto e da professora Judite Trindade, a coordenadora do Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça (CEMVEJ-PR), Ivete Maria Caribé Rocha; o diretor jurídico da Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), Eduardo Marafon; a chefe da Divisão de direitos humanos e LGBT da Seju, Jane Cristina Lobato Vasques; a coordenadora do LUME e historiadora do Ministério Público, Cláudia Cristina Hoffmann e a professora doutora do Departamento de História e Pós-graduação da UFPR, Marion Brephol. 

Sobre o Lume 

O Lume é resultado de um processo que se inicia com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, que criou, em 2012, a Comissão Estadual da Verdade do Paraná – Teresa Urban, pela Lei Estadual nº 17.362/2012, por indicação da Comissão Nacional da Verdade, a qual investigou as violações de direitos humanos durante a ditatura civil-militar no Brasil entre 1964 e 1985. O espaço tem como principal objetivo promover os direitos humanos através de educação, exposições e pesquisas nos temas Memória, Verdade e Justiça. Tal plano de ação ocorre a partir da parceria firmada, através do Termo de Cooperação, entre o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJU) e o Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça (CEMVEJ-PR), e conta com a colaboração do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR). O Lume, reinaugurado em dezembro de 2022, fica no Centro Judiciário do Ahú e está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h. 

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