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Máscaras transparentes auxiliam na comunicação de surdos em sessão do júri

Legenda

MÁSCARAS TRANSPARENTES AUXILIAM NA COMUNICAÇÃO DE SURDOS EM SESSÃO DO JÚRI

Material confeccionado por servidora foi crucial para garantir o entendimento entre as partes

A sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Arapongas superou mais um desafio imposto pela pandemia do novo coronavírus, por meio da inciativa dos servidores. Trata-se de um caso de feminicídio em que o réu e parte das testemunhas são surdos. A secretaria da 1ª Vara Criminal teve um trabalho especial de preparação do plenário para garantir a inclusividade da sessão para todos os envolvidos. Além da utilização de placas e máscaras de acrílico, uma das servidoras da Comarca confeccionou máscaras individuais com transparência. Elas estão sendo utilizadas por intérpretes e oradores para facilitar o entendimento da língua de libras, que requer expressão facial. Com a máscara adaptada, é possível realizar a leitura labial e a visualização das expressões do rosto, fatores importantes na comunicação, garantindo, ainda, a devida proteção contra a COVID-19.

A pandemia reinventou o Tribunal do Júri ao modernizar uma das principais características do julgamento, que é tradicionalmente realizado de forma presencial. Tribunais e equipes da Justiça Criminal incorporaram o protocolo de cuidados sanitários do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e recorreram à tecnologia para ouvir réus e rés de dentro de penitenciárias e transmitir sessões de julgamento ao vivo pela internet. 

Nos casos em que a presença das partes é imprescindível, a aplicação do protocolo sanitário mudou a disposição tanto das salas de audiência, onde são ouvidas as testemunhas, na primeira fase do julgamento, quanto a dos plenários, onde ocorrem as sessões do júri, a última fase do processo. A exigência de distanciamento mínimo entre as pessoas implicou afastar fisicamente juiz e promotor, tradicionalmente posicionados lado a lado. O limite máximo de pessoas no mesmo ambiente também resultou, por exemplo, na retirada do público das sessões, que sempre foram abertas à participação de qualquer membro da comunidade. As cadeiras, até então destinadas ao público, foram ocupadas pelos jurados e juradas, que antes acompanhavam o julgamento agrupados em bancada própria, localizada na lateral do plenário.