O Espaço LUME- Lugar de Memória Juiz Aldo Fernandes, sediado no Centro Judiciário de Curitiba, foi reinaugurado nessa quinta-feira (15/12). Localizado no prédio que abrigou o presídio do Ahú, o espaço preserva o acervo histórico da Comissão Estadual da Verdade e é dedicado à memória dos anos de repressão e resistência. 

A solenidade foi realizada em uma ação conjunta do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) com o Comitê de Memória e Justiça do Paraná (CEMVEJ). Na abertura do evento, o presidente do TJPR, desembargador José Laurindo de Souza Netto, reafirmou a importância dos espaços de memória. “É importante buscar a compreensão e a disseminação de fatos verídicos que, muitas vezes, passam despercebidos e, também, reafirmo a importância do combate à cultura de violência”, afirmou o presidente. 

Autoridades do TJPR, do Ministério Público e do Governo do Estado e integrantes do Comitê estiveram reunidos para o momento de descerramento da placa. Anteriormente, a programação promoveu palestras e uma roda de conversa sobre a preservação e a valorização da memória do período em que ocorreram intensas violações aos Direitos Humanos (1964-1985). 

A integrante do CEMVEJ, desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, agradeceu todas as pessoas que se empenharam na criação do Espaço LUME: “Fico feliz de ver florescendo os sonhos de tantas pessoas generosas, de levar a gerações futuras o conhecimento sobre a nossa história, dos personagens quase sempre anônimos, e sobre os cenários e fatos que aconteceram. Essa é uma das formas de construir uma sociedade justa, igualitária e fraterna que desejamos e merecemos”, afirmou a desembargadora. 

A coordenadora do CEMVEJ, dra. Ivete Maria Caribé Rocha, também ressaltou a importância da reinauguração do espaço: “Nós vivemos períodos muito complicados na época da ditadura, com situações de muita injustiça. Mas vivemos agora a esperança da retomada da democracia, da retomada dos nossos trabalhos para essa questão tão importante que é a memória”, explicou a coordenadora.  

O Espaço LUME foi cedido pelo TJPR ao Comitê Estadual, responsável pela gestão do acervo histórico da Comissão Estadual da Verdade, e cumpre com a meta de criar um espaço no Centro Judiciário dedicado à memória dos anos de repressão e resistência. O procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto lembrou que o espaço leva o nome de Aldo Fernandes, juiz que também foi perseguido durante a ditadura. Para o procurador, o relatório da Comissão da Verdade serve para mostrar as atrocidades ocorridas no estado durante o período, e agora está disponível para toda a sociedade paranaense.