Em Araucária, famílias e empresas podem apadrinhar crianças acolhidas

EM ARAUCÁRIA, FAMÍLIAS E EMPRESAS PODEM APADRINHAR CRIANÇAS ACOLHIDAS
Um projeto similar ao vencedor da 12ª edição do Prêmio Innovare – Apadrinhar do TJRJ - vem sendo desenvolvido na Comarca de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Nominado Apadrinhamento, o Projeto foi normatizado recentemente por meio de uma portaria conjunta da Justiça Integrada da Infância e Juventude.
O projeto possibilita a seleção de famílias em condições de prestar auxílio moral e material a crianças acolhidas institucionalmente por terem tido algum de seus direitos e garantias tolhidos por suas famílias de origem, permitindo à comunidade participar no desenvolvimento social e educacional dos acolhidos.
Conforme a Juíza da Vara da Infância e Adolescência da Comarca, Maria Cristina Franco Chaves, são três os tipos de apadrinhamento: afetivo, prestador de serviços e provedor. “Cada um deles leva em conta o perfil da pessoa ou mesmo da empresa. Aqueles que têm afinidade com crianças, que estão dispostas a dar carinho, levar para passear podem se cadastrar como um padrinho afetivo. Já aqueles profissionais ou mesmo empresas dispostas a contribuir com serviços especializados ou mesmo suporte material ou financeiro podem se habilitar como padrinhos prestadores de serviço ou provedor. O interessante do projeto é que, cada um ao seu modo, pode auxiliar na causa da infância e adolescência”, pondera a magistrada.
Por sua vez, o Promotor da Infância e Juventude, David Kerber Aguiar, explica que esses padrinhos podem conversar com os afilhados, passear com eles, dar conselhos e ajudá-los a superar o momento difícil que estejam vivendo. “Afinal, são crianças com mais de sete anos de idade, cujo perfil não encontra pessoas interessadas na adoção e que praticamente não têm possibilidade de retorno à família de origem, ficando em estado de acolhimento sem qualquer perspectiva”, pontua David.
Por isso, ele garante que as famílias que têm condições de atender essas crianças podem aproveitar a oportunidade de auxiliar na educação e criação delas sem o receio em assumir o encargo da adoção ou mesmo da guarda. “Basta procurar o Fórum de Araucária, a Casa de Acolhimento ou o Centro de Atendimento Especializado à Família (CAEF). Lembrando que a medida vale para interessados residentes na cidade de Araucária e também dos municípios vizinhos”.
Após se apresentarem, os interessados preenchem um questionário de inscrição, assistem a uma palestra a respeito do processo e passam por avaliação social e psicológica, assim como entrevista individual e visita domiciliar. Depois de todas as etapas, o Fórum habilita, ou não, o interessado como padrinho. Mais informações no CAEF pelo telefone 3901-5424, na Casa de Acolhimento pelo 3905-6041 ou no Fórum, pelo número 3642-3123.
Tipos de apadrinhamento:
Padrinho afetivo
Visita regularmente a criança ou adolescente e a leva para passar finais de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia, proporcionando a convivência com sua família, passeios e a possibilidade de vivenciar experiências gratificantes no seio familiar e comunitário. Pode retirar o afilhado quando for conveniente, mediante autorização do juiz de direito;
Padrinho prestador de serviços
Trata-se do profissional liberal que se cadastra para atender às crianças e aos adolescentes participantes do projeto, conforme sua especialidade de trabalho ou habilidade. Não somente pessoas físicas podem participar, mas também empresas mediante ações de responsabilidade social junto às instituições;
Padrinho provedor
Dá suporte material ou financeiro ao afilhado, seja com a doação de materiais escolares, vestuário, brinquedos e contribuição mensal em dinheiro ou com o patrocínio de cursos profissionalizantes, prática esportiva, investimento na educação, saúde e outros bens e serviços.