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História do Judiciário: Desembargador Edmundo Mercer Júnior

Legenda

HISTÓRIA DO JUDICIÁRIO: DESEMBARGADOR EDMUNDO MERCER JÚNIOR

Por desembargador Robson Marques Cury

Ícone da magistratura paranaense, presidiu a associação dos magistrados local por diversas vezes e, contribuiu decisivamente para a criação da Associação dos Magistrados do Brasil, da qual foi presidente. 

A sua cidade natal – Tibagi - abriga o importante Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior, com 35 anos de existência, apresentando a história sobre o garimpo e a mineração na região. 

Sua esposa Albertina Lago Martins Mercer, a Santinha, escreveu “Lances da Vida”: 

“Nasci em Tibagi, PR, no dia 22 de outubro de 1916. Foi em Tibagi no ano de 1936, na Igreja Matriz N. Sra. dos Remédios, que nos casamos. Edmundo advogava em toda a região. Era uma vida maravilhosa. Ali nasceram Rose, Regina e Margarida. E assim caminhava minha vida, sem muitos problemas, tranquila. E eu, que nunca tinha saído de Tibagi, fui acompanhar meu marido indo morar em Londrina. Que desespero! Esse lugar ficava no fim do mundo... Londrina – Era a esperança! Onde estava o futuro. Era o caminho! Coragem, Santinha, não esmoreça. Dizia para mim mesma – Edmundo me passava muita segurança, mas meu Deus, não foi fácil. 

LONDRINA 

A viagem era muito longa. As estradas horríveis, levava-se o dia inteiro viajando. Ficou decidido que tia Lili e tia Jeca (já tinha sido pagem do Edmundo tia Lili, irmã de meu pai, ambas solteiras) iriam conosco para nos ajudar. Rose tinha três anos, depois dois e um ano, Regina e Margarida. Junto foi a Daluz, uma menina que criamos com muito carinho. Com pouco tempo nossa família já era grande. 

- Verifiquem se está tudo em ordem. O virado de frango, a paçoca, talheres, pratos, etc. ‘Paçoca’, a grande paixão do Edmundo. Nunca mais viveu sem... 

- Temos que ir bem prevenidos. A estrada não oferece recurso nenhum. Aviventava o Edmundo. A correria era grande. Cestas de bolos de polvilho que a Araci, minha cunhada, já se apressou em fazer; Doces de abóbora e de laranja, deliciosos, que D. Laura, minha sogra fazia e colocava nas ‘caixetas’ com muito carinho. 

Parentes e vizinhos cada um querendo agradar mais que o outro, todos com muitas recomendações, afinal, Londrina era muito, muito longe... 

Chegamos, sãos e salvos. Tia Lili rezando muito (é uma santa, não tenho dúvidas), tia Jeca passando mal. A preta viajava com um pano na cabeça para não ver a ‘velocidade’ do carro. Enjoava o estômago. Na hora do posto, quando sentia o cheiro da gasolina, era um sofrimento terrível. 

E em um tempo curtíssimo, logo nos entrosamos com a nova vida. Comecei a participar ativamente da comunidade. Edmundo me incentivava e fomos fazendo amizades ótimas e sinceras. Comecei a trabalhar como voluntária no ‘Hospitalzinho da Criança’. Era um pouco de enfermeira, sempre levando um pouco do que sabia fazer para os doentes e necessitados. Era uma exímia aplicadora de injeção. Nessa ocasião observando a grande carência em que viviam, instituí o ‘Livro de Ouro’, para aquisição de rouparia para que pudesse ser inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Londrina. Graças a Deus, sucesso também foi a campanha que fiz quando pela primeira vez visitava a futurosa Londrina, o bispo de Jacarezinho, D. Geraldo de Proença Sigaud. Angariei fundo para que pudéssemos recepcioná-lo. Os padres viviam com muitas dificuldades. Eram nossos vizinhos. A casa deles era um pouco pequena, às vezes não acomodava todos os padres que por lá passavam. Inúmeras vezes ajudávamos, cedendo nossa casa para hospedá-los. Aliás, foi sempre assim, tivemos a felicidade de acolher, em muitas ocasiões, religiosos em nossas casas. A saudade era disfarçada pelos afazeres do dia-a-dia. Eu costurava para todos em casa. Gostava imensamente de inventar modelos e fazê-los para as meninas. A sujeira era muito grande, o pó vermelho era demais, mas era meu orgulho trazer as camisas do Edmundo brancas, engomadas e muito bem passadas. 

Trouxemos juntos o que pudemos das tradições do Tibagi. Tia Jeca na comida era uma beleza e junto a tia Lili que a completava com seu enorme talento, nos bolinhos, pastéis e o macarrão feito em casa. Eu que também gostava da ‘lida’, procurei fazer cursos de culinária, doces e bolos artísticos. 

Edmundo, muito festeiro, gostava de receber os amigos e eu sempre o apoiei. A nossa casa permanecia alegre com o barulho e o som dos instrumentos que as meninas aprendiam. 

Tia Lili, tia Jeca e a Daluz, que vieram só para nos ajudar, nunca mais voltaram para Tibagi, morar. E assim, o Edmundo ficou sendo um só para sustentar as oito mulheres. Laura Tereza, nasceu em Londrina. A minha raiz estava cada vez mais profunda na linda Londrina que nos acolheu tão bem e onde deixei um pedacinho de mim enterrado. 

O Edmundo, um belo dia, amanheceu dizendo que eu deveria aprender a dirigir. Ele sempre teve uma visão moderna, pois naquela época poucas mulheres guiavam. Pois bem, aprendi. E muito pitoresco foi o que aconteceu quando chegou a hora de tirar a ‘carta de motorista’. Ocorreu que naquele tempo, 1947 ou 1948, aproximadamente, Londrina só tinha uma rua principal calçada (Avenida paraná). O restante, quando chovia era um barro só. E choveu. Choveu toda a chuva do mundo no dia marcado para o exame de motorista. A Delegacia de Polícia, onde eu faria o ‘teste’, ficava num desses lamaçais. Edmundo trabalhava e eu tinha que fazê-lo. Peguei o carro, as meninas e para lá fui. Quando chegue o fiscal espantado perguntou: 

- A senhora veio dirigindo? E não encalhou? Está aprovada. O ’teste’, a senhora já fez.  

Quando íamos para Tibagi passar as férias, se chovia eu ajudava a desencalhar o carro ou a evitar o encalhe. O Edmundo ia caminhando na frente eu tocando o carro para justamente evitar que o mesmo caísse em uma dessas valetas. Estradas terríveis. Cerca feita, o Edmundo chegou com um ‘auto novo’. O primeiro automóvel zero quilômetro que conseguimos comprar. Tudo pronto para mais umas férias em Tibagi. Virado de frango, paçoca, tia Jeca com o pano na cabeça e nós maravilhadas com o carro novo... Doce ilusão. Não coube. O automóvel era menor do que a família. A bagagem eram imensa... Lá foi o Edmundo encontrar um ‘carro de praça’. Foi engraçado! A minha vida ao lado do então advogado tem lances, é claro, interessantes, de angústias, cômicos, lances muitos para contar. 

Noites em claro, como quando ele foi Delegado de Polícia, isso lá pelos idos de 1950, em Londrina. Os movimentos políticos, ele que sempre foi um democrata convicto, às vezes se complicava fazendo forte oposição ao comunismo. Só Deus sabia o quanto eu me afligia. Para isso temos a juventude.  

Para suportar mais fácil. Só eu sei o grande prazer e a forte emoção por estar mexendo no fundo das gavetas de minhas lembranças. As alegrias de nossas vidas foram muitas. Incontáveis. Ajudávamos a organizar as festas do Country de Londrina, as reuniões do Rotary, que as meninas já participavam cantando. E eu que não gostava e não sabia jogar baralho, aprendi para acompanhá-lo. No Country, colaborei para montar times de voleibol, onde fui ‘capitã1. Minha posição era de ‘levantadora’, e até bem considerada... A nossa casa sempre teve um lugar reservado para a música. Edmundo cantava e declamava muito bem. Eu, apesar de ser muito afinada, preferia ficar como espectadora e crítica. Como eu contava, Edmundo era uma boêmio que eu sempre procurei aceitar (acho que foi a parte mais difícil). Um seresteiro apaixonado que soube transmitir para as filhas todo o seu talento. 

Edmundo que foi nomeado Procurador do Estado passou a ter que estar indo e vindo de Curitiba, razão para mudarmos. O futuro que se delineava para nós todos estava na capital. Edmundo foi na frente. Fiquei eu no comando da família, arrumando o que levaríamos para começar uma nova etapa. Tristeza imensa por deixar a terra onde nasceu uma filha e onde, como já disse, criamos raízes profundas. Amigos maravilhosos. Agora já tinha também o Egídio, um menino-moço que Edmundo encaminhava. Tia Lili e tia Jeca, que foram criaturas divinas em nossas vidas. Foram para mim, para o Edmundo e filhas, anjos verdadeiros. Eu, muitas vezes realizei o que descrevo, por saber o quanto elas estariam atendendo a minha casa, protegendo o meu lar, acarinhando minhas filhas. Que grande graça tivemos e que grande privilégio ter tido o convívio dessas mulheres queridas. Nesse tempo, eu ia para Curitiba vê-lo e ao mesmo tempo olhar as casas que ele separava para comprar. Às vezes me cansava dessas idas e vindas e então pedia para ele resolver... 

- A casa é para você, Santinha. Você é quem tem que gostar. 

E felizmente, dentro de nossas possibilidades, encontramos. A casa, que estava fechada há algum tempo, encontrava-se em mísero estado. Como não havia mais como protelar a vinda, tivemos que vir como deu. 

CURITIBA 

- O virado de frango, a paçoca, a tia Lili, a tia Jeca, tudo pronto? 

Rose e Margarida já tinham ido na frente. Ficaram Laura Tereza e Regina que deram uma grande festa de despedida. Regina mudou-se contra a sua vontade... 

1954 – Viagem longa.  

Tia Jeca com o pano no rosto, tia Lili com o terço nas mãos. Partimos de Londrina com o coração apertado. A casa da rua Maria Clara, 310, no Alto da Glória, estava em completo estado de abandono e logo que chegamos sem que desse tempo de alguns mais urgentes consertos, o Edmundo teve que se ausentar. 

Trinco nenhum funcionava e eu que nunca tinha pegado em uma arma, dormia com a mesma em baixo da cama. Se eu saberia usar no momento adequado, isso nunca fiquei sabendo... Graças a Deus. 

Tivemos momentos de muita intranquilidade, e desespero, amenizados pela grande fé que nos acompanhou sempre. Assim, foi quando o Edmundo esteve ameaçado de perder o cargo de desembargador. Que angústia, meu Deus, que sofrimento ter que ficar, enquanto tarde da noite ele saiu de carro para ir até o Rio de Janeiro onde o ‘caso’ seria julgado. Lá estavam homens ilustre, no Supremo Tribunal Federal, que lhe fizeram justiça. Como ele sofreu, como eu sofri, como todos que o amavam sofreram. E é nessas horas que sabemos quantos amigos temos... O Edmundo não merecia passar pelo que passou. Provou isso ao longo dos anos. Quando solteiro, com 22 anos, já era promotor. Parte da minha vida vivi com o advogado e a outra com o magistrado. Com o magistrado uma vida maravilhosa e muito espinhosa. Eu não fui mulher de juiz de carreira, mas fui mulher de um desembargador que no instante em que foi nomeado não ficou só com o título ou com a toga, mas foi um coração que bateu mais forte, foi sua alma que brilhou e que se fez ‘juiz’. 

Foi homenageado em Congresso Nacional, realizado no Ceará. Seus colegas o escolheram para ‘Patrono das Associações de Magistrados do Brasil’. Assim disse o orador em Fortaleza. 

Demonstrava satisfação em dizer que era amigo dos juízes e que condenava todos os que procuravam distanciar os magistrados da primeira dos da segunda instância, pois, afirmava o líder, todos era juízes merecedores do mesmo respeito e da mesma consideração... que só diálogos francos entre desembargadores e juízes poderiam valorizar a classe dos magistrados e trazer reais proveitos ao Poder Judiciário. Por tudo, nesse mesmo congresso foi instituída por unanimidade a ‘Medalha do Mérito Desembargador Edmundo Mercer Júnior’, que deveria ser concedida aos que prestarem relevantes serviços à magistratura brasileira. Eu não tive condições emocionais para ir até Fortaleza. Minhas filhas me representaram. Achei que deveria contar o quando foi importante para nós e o quanto modificou nossas vidas. E nessa nova fase comecei a entender os problemas que as esposas de juízes tinha. Precisa-se mesmo de muito companheirismo, renúncia e sobretudo amor. Amor pela carreira do marido. 

Lembro-me, logo que Edmundo assumiu a Presidência do Tribunal de Justiça do Paraná, das reuniões que eram feitas, como hoje ainda são, no 10° andar do Palácio da Justiça. Como a situação na época era delicada, as reuniões das senhoras dos desembargadores tiveram que ser modificadas. Ocorreu-me, porém, que não deveríamos suspender, pois assim também nós nos manteríamos unidas, dividindo a mesma ansiedade que passávamos – os nossos maridos e familiares. 

Conversei com meu marido que a reunião poderia ser feita em nossa casa. 

Percebi, então, que as senhoras dos juízes da capital não faziam parte dessas reuniões e, embora meu espaço físico não fosse grande, convidei-as. Passamos a conviver juntas e a confraternização foi muito mais gratificante. Um dia elas estariam em nossos lugares. Essa foi uma das grandes satisfações que tive. Assim como fiquei muito feliz e comovida com a homenagem que me foi feita há pouco tempo, na reunião mensal das senhoras dos magistrados. Uma linda placa de prata, com dizeres muito carinhosos. 

Dessa longa, sofrida e maravilhosa vida ao lado desse homem que eu sempre amei e admirei, teria muito que contar. 

Procuro, porém, relatar os fatos mais bonitos. E claro que nem sempre é possível. Deus nos dá força nas adversidades, e assim foi. 

Quando o Edmundo assumiu a Presidência do Tribunal, sofreu com acontecimentos alheios à sua vontade, era um misto de emoção e tristeza que não foi fácil. Meu Deus, como sofremos. Mas com a ajuda de Deus, sobrevivemos. 

Voltando a falar de coisas boas, contarei da festa do ‘Dia da Justiça’ – dia 8 de dezembro de 1974. Edmundo então Presidente. Foi essa comemoração, um dos belos momentos da minha vida. Meu marido sempre cultivou com muito carinho os amigos e colegas de todo o Brasil. E esses amigos vieram de todos os Estados para prestigiá-lo. Estávamos muito felizes. Foi uma grande honra receber esses magistrados com as esposas. 

Como eu sempre fazia, estava atenta, colaborando com cada detalhe. 

Passamos dias maravilhosos, com passeios transcorridos em um clima que não poderia ser melhor. E no banquete, encerrando as festividades, tive a ideia de homenagear esses amigos, de uma maneira singela. E assim foi feito. Pedi ao maestro que no momento em que se anunciasse a presença do Presidente e senhora de um determinado Estado, ele tocaria a música típica daquele lugar. Ficou muito alegre, divertido e emocionante. Feliz confraternização entre aqueles que faziam parte da família judiciária, a família de nós todos, do coração. Um instante quase divino. Foi tudo muito bonito. O jantar muito gostoso e o baile animadíssimo. Edmundo expressava bondosamente o quando me amava e me admirava. 

Eu, por minha vez, procurava fazer o possível e o impossível. Para mim nada era sacrifício se era para vê-lo feliz. Ele também era assim comigo. 

Depois da grande festa, veio a dor. A imensa dor que não posso definir. Edmundo faleceu no dia 18 de dezembro de 1974, em Curitiba. Para mim ficou o grande orgulho de ter sido escolhida e escolher. Os anos de casamento e convívio diário não embruteceram nossa relação, muito pelo contrário, uniu-nos cada dia mais, alicerçando o sentimento de amor. Que honra Edmundo, ter sido sua mulher. Soubemos viver. Que bom! Que saudades!...”

(Com Justiça e Com Afeto, Crônicas, Artes & Textos, 1994) 

Como acentuado pela Dona Santinha, as filhas herdaram do pai o gosto pela música, exímias artistas de diversos instrumentos musicais e consagradas cantoras. 

Dentre elas, destaca-se a Margarida, seresteira incomparável, lídima embaixadora de Tibagi, por décadas recepcionou visitantes na sua então “Pousada da Figueira” na praça principal. 

Os magistrados e suas famílias, ao longo dos anos, têm sido recebidos pela família Mercer com fidalguia e carinho. E nós motociclistas temos predileção em visitar as belezas naturais de Tibagi emoldurada pelo rio que lhe empresta o nome, especialmente o “Cânion do Quartelá”.  A minha suspeição decorre do amor pelo meu torrão natal, tanto que logo que aprendi a falar, ao perguntarem meu nome, respondia: “Robson Marques Cury, Tibagiano no duro”. 
 

Biografia 

Edmundo Mercer Junior, filho de Edmundo Alberto Mercer e Dona Laurentina e Sá Bittencourt Mercer, nasceu em Tibagi (PR), em 3 de abril de 1908. Casou-se com a Sra. Albertina Mercer. Formou-se professor normalista em 1926 pela Escola Normal de Curitiba. Lecionou no Liceu Rio Branco e ingressou no serviço público pela Secretaria de Educação e Cultura.  

Foi um dos fundadores da Associação Atlética Universitária, primeira organização esportiva da Universidade do Paraná, enquanto estudante daquela instituição, pela qual graduou-se bacharel em direito em 1930. Ainda estudante, foi nomeado promotor público. Exerceu o cargo jurídico nas comarcas de Irati e de Tomazina.  

Exerceu a advocacia em sua cidade natal por pouco mais de uma década e chegou a ser nomeado prefeito, cargo que ocupou por apenas 9 meses. Em 1942 passou a advogar em Londrina, onde exerceu o cargo de delegado regional de polícia por três anos.  

Foi nomeado procurador geral do Estado em 1950 e, no dia 18 de março de 1958, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça, preenchendo uma das vagas destinadas aos advogados, o quinto constitucional. Foi, ainda, membro do Conselho Superior da Magistratura e presidente da Associação dos Magistrados por diversos mandatos. Devido ao grande intercâmbio cultural promovido durante suas gestões à frente da associação, criou-se a Associação dos Magistrados do Brasil, a qual Mercer também presidiu. Seus grandes esforços em prol do intercâmbio entre magistrados do país o levaram a obter títulos de Sócio Benemérito em grande parte das associações regionais do país. 

Foi professor regente da cadeira de Prática do Processo Civil na Faculdade de Direito de Curitiba, instituição na qual organizou e fundou o escritório modelo de advocacia. Na mesma instituição, lecionou a disciplina de Direito Judiciário Civil. Assim como outros grandes juristas que fizeram história no Paraná, Mercer colaborou em diversos jornais, entre eles: Diário da Tarde, Gazeta do Povo e Paraná Jornal. Este último foi fundado e dirigido por Mercer Junior. 

No Tribunal de Justiça do Paraná, ocupou as funções de corregedor-geral de justiça na gestão 1963/1964, vice-presidente em 1965/1966 e presidente em 1973 até sua morte em 18 de dezembro de 1974. Durante sua presidência, foi criado e instalado o pioneiro Museu da Justiça.  

Presidente da Associação dos Magistrados do Paraná de 1969 a 1972, foi aclamado Patrono das Associações de Magistrados do Brasil em 8 de agosto de 1975, durante o III Congresso Nacional dos Magistrados, em Fortaleza (CE). Na mesma data foi instituída a Medalha do Mérito Desembargador Edmundo Mercer Júnior.  

Faleceu no dia 18 de dezembro de 1974, no exercício da presidência do Tribunal de Justiça. É patrono do Fórum de Mandaguaçu. 

Por desembargador Robson Marques Cury