Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa
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DESEMBARGADOR TADEU MARINO LOYOLA COSTA
Por Desembargador Robson Marques Cury
Tadeu Marino Loyola Costa, filho de Ary Rolin Costa e Marina Loyola Costa, nasceu no dia 27 de novembro de 1938, na cidade de Curitiba (PR).
Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná, turma 1963. Ingressou na magistratura em junho de 1964, como juiz substituto da comarca de Jacarezinho, tendo assumido também as comarcas de Andirá, Cambará, Siqueira Campos, Carlópolis, Ribeirão Claro, Foz do Iguaçu, Cascavel, Lapa, Rio Negro, Paranaguá, Morretes e Antonina. Em 1965, foi promovido a Juiz de Direito e exerceu suas funções em Piraí do Sul.
Foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada, tomando posse no dia 5 de fevereiro de 1986, onde permaneceu por sete anos. Em 27 de agosto de 1993, assumiu o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), tendo sido eleito corregedor no biênio 2001 a 2002. Foi eleito, em 10 de dezembro de 2004, para presidir o Tribunal de Justiça durante o biênio 2005/2006, ocasião em que assumiu o Governo do Paraná, de 03 a 10 de julho de 2006, em substituição ao Governador Roberto Requião. Foi o 44º presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná no biênio 2000/01.
Professor de Direito Civil e Direito Processual Civil nos anos oitenta, na Faculdade de Direito de Curitiba.
Recebeu, em 2005, o Título de Cidadão Benemérito do Paraná.
Aposentou-se, a pedido, no dia 1º de outubro de 2008.
Faleceu em 10-03-2021, aos oitenta e dois anos de idade.
Em 2009, integrou o Conselho Penitenciário do Estado do Paraná na qualidade de Representante da Comunidade, e na sua posse enfatizou: “Creio ainda ser útil ao serviço público e à sociedade, assim como o fiz na Magistratura”.
Católico fervoroso, foi assíduo frequentador das missas dominicais na Capela do Tribunal de Justiça.
Ao receber, em 22-11-2005, na Assembleia Legislativa, o Título de Cidadania Benemérita do Paraná pelos relevantes serviços prestados, o Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa disse que o título é fruto do seu trabalho e assinalou: “São momentos como estes, portanto, que nos permitem compreender a relevância, não apenas econômica, mas, sobretudo social, do trabalho, cujo valor se manifesta nas múltiplas atividades profissionais. Ao longo dos 41 anos de carreira, dos quais metade na magistratura de segunda instância, ensinou-me a vida muitas coisas, mas entre os ensinamentos, destaco dois, que são os mais importantes. Primeiro: aprendi que é preciso ter um rumo certo e perseguir os objetivos profissionais com coragem, entusiasmo e determinação. Segundo: também aprendi que é necessário valorizar e respeitar as pessoas que encontramos ao longo do caminho. Agradeceu a todos que o ajudaram no percurso de sua vida profissional, citando seus familiares, seus amigos, os funcionários do Poder Judiciário e os serventuários da Justiça”.
O Título de Cidadão Honorário do Paraná foi proposto pelo Deputado Mauro Moraes, com a chancela do Governador Roberto Requião. Compareceram à solenidade o Vice-Governador Orlando Pessuti, Presidente da Assembleia Legislativa Hermes Brandão, Presidente da Câmara Municipal João Claudio Derosso, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral Desembargador José Ulysses Silveira Lopes, Procurador Geral de Justiça Milton Riquelme de Macedo e o Presidente do Tribunal de Contas Heinz Herwig.
O Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa, quando do exercício da Presidência do Tribunal Regional Eleitoral, em 2000, escreveu:
“Acerca da urna eletrônica li, recentemente, curiosa crônica do consagrado Luiz Fernando Veríssimo.
Com o talento e humor que só ele possui, nos explicava da impossibilidade, agora com o voto eletrônico, do eleitor registrar na cédula sua irresignação através das mais curiosas manifestações.
As frases, algumas folclóricas, subvertiam o riso contido durante as intermináveis noites da efetivação do escrutínio.
Era mesmo através da escrita que o eleitor, ao anular seu voto, aproveita para mandar seu recado ‘aqueles que detém o poder de diplomar os eleitos’.
Muitas vezes eram as mães dos administradores públicos que recebiam os votos. Coitadas, sem culpa e, por mera irreverência do povo, nem estavam elas registradas como candidatas...
A urna eletrônica, é verdade, acabou com esta alternativa terapêutica, este contato direto entre juízes e seus jurisdicionados.
Novas dificuldade surgiram, entretanto, as reclamações deste novo encontro obrigatório, entre os eleitores e a urna, esta enigmática máquina cujos resultados modificam a vida das pessoas, também se modificaram.
Agora, reclama-se de tudo. Que há um programa secreto que beneficia determinados candidatos, que a inclusão de disquetes possibilita a modificação de resultados, que, ao votar no candidato ‘A’, aparecia a foto do candidato ’B’ e um cem número de hipóteses causadoras de fraude. Reclamações sempre lançadas pelos perdedores.
Nada disto é verdade. Constatamos que uma das maiores razões da crítica é fruto da própria vontade do eleitor.
Alguma vez houve erro de lançamento em sua conta bancária? Não? Na minha já houve e a falta foi do funcionário que me lançou um valor a débito cujo responsável não era eu. A máquina, os computadores, se corretamente programados não erram. O ser humano erra. Aliás, erramos sempre.
Constatamos que a campanha de divulgação do voto eletrônico não emprestou o destaque necessário ao esclarecimento de que o eleitor votaria primeiro para vereador e depois para prefeito.
O cidadão menos avisado, um pouco nervoso pelo contato obrigatório com a máquina, digitou na primeira oportunidade, (quando deveria digitar 05 dígitos para vereador), somente os dois números representativos do partido de seu candidato a prefeito. Confusão justificada pelo maior destaque e representatividade detida pelo cargo de prefeito, lançando seu voto na eleição proporcional para a legenda do partido do prefeito. Ao tempo de votar pela segunda vez, acabou entregando o voto para o candidato a prefeito cuja legenda coincidia com a do seu vereador.
Além disto, na euforia de concluir o voto, muitos eleitores não esperaram aparecer a foto dos seus candidatos e logo confirmaram. Estes votos foram, à toda certeza, computados, mas restou o eleitor meio ressabiado se efetivamente atingiu seu objetivo.
Nova realidade, novas histórias, novo folclore, novos candidatos e futuro novo.
Os observadores eleitorais internacionais que acompanharam o pleito saíram muito entusiasmados em empreender esforços no sentido de tentar implantar este novo sistema eletrônico em seus países.
Surge também nova e amadurecida cidadania que, insofismavelmente, alcançaremos”.
Como presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Tadeu Marino Loyola Costa, muito contribuiu para a modernização do Judiciário, merecendo destaque, entre outras, o lançamento do concurso de arquitetura para a obra do Centro Judiciário de Curitiba, além da nomeação de trinta e sete juízes substitutos em 2005, bem como a criação no ano de 2006 em Curitiba de uma vara especializada em crimes contra crianças e adolescentes, com acompanhamento das vítimas por psicóloga e assistente social.
Líder nato, dotado de inteligência brilhante, o querido Desembargador Tadeu sempre aglutinou os magistrados, servidores e serventuários, no afã de somar, tendo como meta aperfeiçoar o Judiciário para as próximas gerações.
Considerado, homem bom e honrado, amigo sereno e magistrado exemplar, exemplo de humildade, de caráter e de honestidade, como realçado por um dos seus confrades no necrológio:
“A palavra amigo, a partir de hoje, certamente, vai perder bastante da sua força de expressão ... da sua carga emocional ... da intensidade daquele sentimento que estávamos acostumados a experimentar, ao carrega-lo junto ao nosso coração, nestes últimos anos e que, de pronto, quase como num sopro, já se passaram!
A partir de hoje, todos nos sentiremos um pouco mais sós, sempre estaremos mais sós ... com as nossas lembranças ... com as nossas recordações ... porém com a mesma sensação da expectativa de mais um sorriso ... de mais um último brinde ... daquela saideira alegre e festiva ... e, ainda mais um tempinho, só uns poucos segundos mais ... certamente, já lá fora na calçada, enquanto era ligado o motor do carro, cantarolávamos sorridentes os últimos acordes da derradeira música ... sempre com alegre sensação de um próximo reencontro ... de mais um grande abraço !!!
Porém ... as mais lindas imagens irão se diluir aos poucos ... aquela cumplicidade gostosa das últimas confidências já não se repetirá ... aquele sorriso quase maroto ... cheio de tranquilidade e paz ...não o veremos mais ... como também, não se repetirão, aqueles gestos ... aqueles acenos sempre conciliadores ... sempre felizes ... de uma grande e silenciosa eloquência ... que dispensava discurso e cativava a todos ... Sim! ... a palavra a migo, a partir de hoje, perde muito da sua consistência!
Ah!!! ... mas resta-nos a esperança e a certeza uma grande reunião ... de uma grande festa ... numa mesa maravilhosa ... num lugar espetacular ... nas pradarias do infinito ... na imensidão da eternidade, onde, já de longe, identifico e ouço o chamado deste grande amigo ... do melhor amigo!
... e vai ser bom! vai ser muito bom mesmo este grande reencontro ...
Até mais Tadeu! Obrigado pela agradável companhia!
Foi tudo de bom ... foi excelente ... como valeu a pena!
Até mais ver ...”
O Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa cumpriu a sua missão e partiu desta dimensão. Mas não está só, a sua espera a amada esposa Cristina o recebe de braços abertos.
Fica a dor da saudade para os filhos Daisy e Carlos, netos e demais familiares.
Por Desembargador Robson Marques Cury
Desembargador Tadeu Marino Loyola Costa