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Projeto com usuários de drogas em Maringá é trabalho vencedor do XVII Simpósio Internacional no Rio de Janeiro

O Conselho da Comunidade de Execuções Penais da Comarca de Maringá implantou no município, em 2008, a Oficina de Prevenção ao uso de Drogas (OPUD), cujo Projeto, intitulado “Medidas Despenalizadoras no Judiciário de Maringá” foi premiado no XVII Simpósio Internacional sobre tabaco, álcool e outras drogas.

Dos 66 trabalhos apresentados no evento, esse foi o único relacionado ao Poder Judiciário que foi premiado, devido à relevância do projeto.

A Oficina é um trabalho desenvolvido por equipe multidisciplinar, que atende pessoas encaminhadas pelos Juizados Especiais, após serem surpreendidas na posse de drogas e serem conduzidos à Delegacia de Polícia, para lavratura de termos circunstanciados. Ali também são recebidos cidadãos que respondem a processo e obtém liberdade provisória, mas, por serem usuários, fixa-se, como uma das condições, a participação nas oficinas.

Neste ano de 2015 a Vara da Infância e Juventude também passou a encaminhar adolescentes para serem atendidos pelo projeto.

O Juiz da Vara da Infância e Juventude de Maringá José Cândido Sobrinho falou sobre o sucesso do projeto.

“A droga é um flagelo que suga a esperança, destrói a dignidade, rouba os sonhos, separa a família e mata a pessoa.

Por esta razão, considero a Oficina de Prevenção ao Uso de Drogas – OPUD – uma das mais importantes boas práticas já criadas nesta Comarca. Não só por resgatar a esperança, devolver os sonhos, recuperar a dignidade e reconstruir a família, mas também por contribuir para a redução da criminalidade, da reincidência e da sensação de insegurança.

A experiência positiva da oficina com os maiores de idade agora foi estendida com sucesso também aos adolescentes, alvo preferido dos traficantes.

Em verdade, na grande maioria dos casos o vício se inicia na adolescência e quanto antes acontecer a intervenção positiva na vida da pessoa maior será a chance de recuperação”.​

Segundo o Juiz da 1ª Vara Criminal de Maringá, Claudio Camargo dos Santos, o Projeto já atendeu mais de mil usuários desde a sua criação e a reincidência criminal, para os que participam das oficinas é em torno de apenas 5%. Ainda, de acordo com o magistrado, a oficina que hoje está sob a responsabilidade do Conselho da Comunidade, em breve será executada pela Apad-Maringá, uma associação sem fins lucrativos, já criada.

Fotos: João Paulo Santos /Jornal O Diário.