Centro de Digitalização celebra a contratação de novos colaboradores com deficiência auditiva


CENTRO DE DIGITALIZAÇÃO CELEBRA A CONTRATAÇÃO DE NOVOS COLABORADORES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

A unidade do TJPR é responsável pela digitalização de processos judiciais

Desde o dia 3 de outubro, nove colaboradores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) com deficiência auditiva e uma intérprete, contratados recentemente, já digitalizaram mais de 65 mil páginas de processos judiciais e inquéritos policiais. Para celebrar o excelente desempenho e também o início do contrato, na última quarta-feira (23/10), o Centro de Digitalização promoveu uma confraternização com a presença do Presidente do TJPR, magistrados, representantes do Ministério Público e da Polícia Civil e mais de 96 funcionários que atualmente trabalham na unidade.

Essa contratação faz parte da ação “Abraçar para Incluir”, um projeto de inclusão social desenvolvido pelo Centro de Digitalização desde 2014, quando o TJPR firmou uma parceria com a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), uma associação civil sem fins lucrativos que atua no desenvolvimento profissional de pessoas com deficiência. As atividades estão reiniciando agora, depois de sete meses do fim do último contrato.

A supervisora da unidade, Daniela Ribas Rocha, mostrou ao Presidente como é organizado o Centro e como é o trabalho dos funcionários com deficiência auditiva. Eles trabalham na digitalização dos processos a serem encaminhados aos Tribunais Superiores e também dos inquéritos policiais.

Iniciativa pioneira

O projeto Abraçar para Incluir surgiu a partir do exemplo de outros órgãos como o Superior Tribunal de Justiça (STJ). O diferencial da iniciativa implementada no TJPR é que os colaboradores com deficiência interagem com todos os outros estagiários. A comunicação é facilitada por meio de uma intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e também pela capacitação em Libras de todos os outros funcionários.

Em função desse diferencial, a iniciativa do TJPR agora também já é referência para outros órgãos. O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) realizou recentemente uma contratação semelhante, replicando esse modelo. No Paraná, outras instituições como o Ministério Público e a Paraná Previdência também pretendem realizar a inclusão de pessoas com deficiência auditiva nesses mesmos moldes.

Daniela afirmou que, em função da atenção e da dedicação desses colaboradores, a produtividade deles é diferenciada. “Eu sempre digo que não é um assistencialismo, porque eles trabalham com uma competência incrível, com uma seriedade admirável. É fantástico o fato de termos a possibilidade de dar a eles a oportunidade dessa integração”, afirmou Daniela.

O Presidente do TJPR ficou admirado com o trabalho do Centro de Digitalização e com a integração social promovida na unidade. Dirigindo-se aos contratados e mais de 96 estagiários, incluindo pessoas com deficiência física e auditiva, ele contou sobre sua trajetória de superação e transmitiu uma mensagem de motivação aos jovens colaboradores: “Todos vocês têm o direito de crescer, basta se esforçar. E o esforço de cada um de vocês aqui é muito importante para o bem do Tribunal de Justiça e para o bem de todos. Quero ainda vê-los um dia no Tribunal, seja como servidores, magistrados, membros do Ministério Público ou advogados. Que vocês sejam muito felizes!”.

A Diretora Executiva da Unilehu, Yvy Karla Abbade, destacou a importância da parceria com o Tribunal de Justiça. “Para nós, isso traz um reconhecimento muito grande enquanto instituição que vem desenvolvendo a empregabilidade das pessoas com deficiência, e principalmente lutando em prol da inclusão no mercado de trabalho. Então, o Tribunal de Justiça é precursor e exemplo para a sociedade, para que outros órgãos públicos possam fazer o mesmo”.

Entrega de certificados

Todos os meses o Centro de Digitalização promove o reconhecimento dos colaboradores que mais se destacam no trabalho, como uma forma de valorização do empenho e da produtividade. Cada equipe de trabalho tem um monitor, estagiário de destaque, que escolhe o que teve a maior produtividade e pró atividade no mês. Durante a confraternização, o Presidente do TJPR entregou o certificado referente ao mês de outubro.

Acesse as fotos no Flickr do TJPR.

Atividade do Centro de Digitalização

O Centro de Digitalização realiza a digitalização de documentos, principalmente os recursos aos Tribunais Superiores, processos que tramitam nas Câmaras do TJPR e o acervo dos processos sobrestados. Eles são inseridos nos sistemas Projudi, i-STJ, e e-STF. Em média cada estagiário consegue digitalizar em torno de três mil páginas por dia. A produção dos colaboradores com deficiência costuma ser superior à dos outros. A rapidez e a eficiência no desenvolvimento das atividades se deve ao alto grau de concentração.

As atividades no Centro de Digitalização tiveram início em 2012, a partir de uma determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para criação do processo eletrônico. No início Daniela contava com apenas um estagiário e uma digitalizadora. Atualmente o Centro conta com a supervisora Daniela, uma assessora, 96 estagiários e 10 colaboradores contratados por meio da parceria com a Unilehu. Esse trabalho é realizado por pessoas com diferentes tipos de deficiência, além de jovens aprendizes de instituições de acolhimento.