Equipe Interprofissional de Referência em Saúde Mental do GMF visita Complexo Médico Penal em Pinhais


EQUIPE INTERPROFISSIONAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE MENTAL DO GMF VISITA COMPLEXO MÉDICO PENAL EM PINHAIS

Visita servirá como estudo e planejamento da desinstitucionalização da unidade para a implementação da Política Antimanicomial 

A Equipe Interprofissional de Referência em Saúde Mental (Intersam), do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), visitou, no dia 19 de abril, o Complexo Médico Penal (CMP), localizado em Pinhais-PR. O objetivo da visita foi aproximar as equipes, conhecer a unidade e obter informações que servirão de base para o estudo e o planejamento de sua desinstitucionalização, uma vez que a Intersam atua diretamente para a implementação da Política Antimanicomial do Poder Judiciário, além de ser responsável pelos estudos iniciais dos casos de medida de segurança. 

Durante a visita, a equipe do GMF apresentou os trabalhos realizados pela Intersam e debateu a Política Antimanicomial no complexo e as tratativas necessárias para a retirada dos custodiados do local. A comitiva do TJPR foi recebida pelo diretor do CMP, Edwaldo Willis de Carvalho, juntamente com a psicóloga Nayanne Costa Freire, do Núcleo de Execução Penal da Defensoria Pública do Paraná,  

A Intersam conheceu as salas destinadas às audiências virtuais e ao atendimento prestado por advogados, terapeutas ocupacionais, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Além disso, a comitiva também esteve na ala médica e psiquiátrica e em algumas galerias, onde conversou com alguns custodiados e conheceram sua realidade. 

No setor de pedagogia, o diretor do CMP, Edwaldo Willis de Carvalho, destacou o trabalho que é ofertado aos custodiados no complexo. O setor conta atualmente com 25 pessoas privadas de liberdade cursando o ensino superior na unidade, além de ter acesso a uma biblioteca com 5 mil livros. “Usamos o auditório para trabalhar com grupos, em atividades de terapia ocupacional, pedagogia, narcóticos anônimos, e até para a mostra de peças de teatro”, explicou o diretor. 

“Eu achei a visita importante para enxergar a realidade do local, pois não conhecia e não visualizava de forma concreta com o que estamos trabalhando e, a partir disso, foi possível entender melhor as demandas que temos quando se trata da desinstitucionalização das pessoas que estão em tratamento na unidade”, relatou a assessora de pós-graduação em serviço social e integrante da Intersam, Any Kamilla dos Santos. 

Desinstitucionalização do Complexo Médico Penal 

O artigo 18 da Resolução nº 487 de 15/02/2023, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, estabelece que, em até 12 meses, deverá ser determinada a interdição total e o fechamento de estabelecimentos de custódia e tratamento psiquiátrico no Brasil. Esse prazo foi prorrogado para 28 de agosto de 2024 por meio do julgamento do Ato Normativo pelo Plenário Virtual do CNJ. 

Assim, o GMF, em parceria com outras unidades do TJPR e outras instituições, vem realizando estudos e trabalhos voltados ao cumprimento da determinação de desinstitucionalização do Complexo Médico Penal. 

Atualmente, o CMP abriga cerca de 180 pessoas com medida de segurança e 150 em medida cautelar. Além disso, no local encontram-se 34 pessoas em condição asilar, que são aquelas que já cumpriram uma medida de segurança e possuem alvará de soltura, mas, por não terem para onde ir, permanecem na unidade. 

Conheça mais sobre o trabalho da Intersam

Descrição da imagem de capa: Fachada do Complexo Médico Penal de Pinhais.