Desembargador José Joaquim Guimarães da Costa
DESEMBARGADOR JOSÉ JOAQUIM GUIMARÃES DA COSTA
Por desembargador Robson Marques Cury
José Joaquim Guimarães da Costa, filho de Walter Guimarães da Costa e Terezinha Moraes Costa, nasceu em São Jerônimo da Serra (PR), no dia 14 de agosto de 1949. Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná e pós-graduado pelas Faculdades Integradas Curitiba.
Ingressou na magistratura após aprovação em concurso para juiz substituto, em 28 de novembro de 1981, exercendo a função nas comarcas de Ponta Grossa e Campo Largo. Depois de concurso para juiz de Direito, foi nomeado, em 30 de abril de 1984, para a comarca de Cândido de Abreu, judiciando também nas comarcas de Marechal Cândido Rondon, São José dos Pinhais, Cascavel, Ponta Grossa e Curitiba.
Foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná em 31 de maio de 2006.
O desembargador Guimarães da Costa é conhecido por “Juca” na intimidade familiar e pelos amigos. Afável e educado, temos o mesmo temperamento. Nos conhecemos no Tribunal de Justiça formando sólida amizade. Comungamos dos mesmos ideais para o fortalecimento do Judiciário paranista. Me incentivou e apoiou para disputar as eleições para cargos de cúpula no Tribunal de Justiça. Retribuí na mesma proporção.
Construiu sólida carreira. Respeitado pelos pares. O seu amigo desembargador Eugênio Achille Grandinetti conta: “O Juca é um grande companheiro. Meu colega da faculdade. O conheço desde os 17 anos, fizemos o cursinho juntos, e na faculdade éramos muito ligados. Coincidentemente, depois do concurso para a magistratura, em 1982, fui para a comarca de Capanema, e o Juca foi designado para lá trabalhar devido ao grande volume de processos. Com o nascimento de meu filho, combinei com a esposa, Cristina, aguardar seis meses para ela fazer a mudança. Moramos na mesma casa ao lado do fórum. Em quartos separados. A distribuição dos processos era par e ímpar. Almoçávamos juntos e, no final de tarde, o senhor Nelson, que era o agente de rendas, preparava as tilápias que pescava. O oficial de registro de imóveis Adolfo Pudola tinha uma chacrinha que também frequentávamos esporadicamente. Depois, coincidentemente voltamos a nos encontrar em 1985, na comarca de Rio Branco do Sul, que o Juca tinha instalado, devido à minha remoção da comarca de Prudentópolis. Recentemente, já no Tribunal de Justiça, ambos integramos a 2ª Câmara Cível com competência tributária. O Juca é pessoa excepcional. Grande amigo. Sempre foi muito dedicado, competente, atendia as partes. Muito humano, queria resolver os problemas de todo o mundo. Por ele tenho muito apreço. Fiquei muito preocupado com a enfermidade que o acometeu, felizmente vencida.”
O desembargador Guimarães da Costa, sempre acompanhado da esposa, Luciana, e com o apoio dela e dos filhos, lutou e venceu a moléstia que o acometeu, retornando à função judicante.
Dele se pode dizer que deixa grande legado. Combateu o bom combate, terminou a corrida e guardou a fé (Timoteo 4:7-8).
Culto e erudito, domina como poucos a história do futebol. Aguerrido torcedor do Coritiba Futebol Clube, sabe de memória escalações vitoriosas do glorioso vovô. E juntamente com o amigo desembargador Laertes Ferreira Gomes, atleta do futebol desde a juventude, quando reunidos, relembram os nomes de jogadores famosos de clubes e seleções de todas as épocas.
A 2ª Câmara Cível reuniu-se aos 06/08/2024 para a última sessão do seu integrante e presidente desembargador José Joaquim Guimarães da Costa em razão da sua aposentadoria pelo implemento da idade de 75 anos.
Saudado pelo desembargador Eugênio Achille Grandinetti em candente e emocionada oração, pelo desembargador Antonio Renato Strapasson, fazendo leitura de mensagem escrita enviada pelo desembargador Rogério Kanayama, pela desembargadora Angela Maria Machado Costa, pelo desembargador substituto Carlos Maurício Ferreira, pelo procurador de Justiça Cioffi de Moura e por mim nos seguintes termos:
“Boa tarde a todos. Senhor desembargador José Joaquim Guimarães da Costa, presidente deste órgão fracionário que hoje encerra sua labuta. Desembargador Eugenio Achille Grandinetti, desembargador Antonio Renato Strapasson, desembargadora Ângela Maria Machado Costa, desembargador substituto Carlos Maurício Ferreira, desembargador substituto José Orlando Cerqueira Bremer, desembargador substituto Rodrigo Daledone, procurador de Justiça Cioffi de Moura, procurador de Justiça Ciro Screiber e senhor secretário da 2ª Câmara Cível.
Difícil falar após o grande orador doutor Cioffi de Moura pelo seu belo e emocionado pronunciamento, como é do seu feitio. Cumprimento o desembargador Helio Henrique Lopes Fernandes Lima, desembargadora Lidia Maejima, desembargador Jucimar Novochadlo, desembargador Hayton Lee Swain, desembargador Luiz Carlos Xavier, chefe de gabinete Rosana, assessoria, esposa Luciana e filho Valter
Já passei por isso há quase um ano, desembargador JJ. O tempo passa muito rápido, imensurável célere, fugidio, escapa pelo vão das nossas mãos e dos nossos dedos. Mas a missão está cumprida. Com seu espírito indomável que brilha pela imensidão do azul do céu, vossa excelência, desembargador Juca, sempre adotou aqueles princípios básicos da igualdade, da liberdade e da fraternidade. Combateu o bom combate, venceu a corrida e guardou a fé. Dotado desse espírito arrojado, mas com a irmandade sempre presente no seu coração e na sua mente. Tem sido, desembargador JJ Guimarães da Costa, um norte para este Tribunal de Justiça. Tive, com a ajuda do desembargador Eugênio, a chance de escrever a sua história, em breves e singelas e linhas. Logo a verão publicada no site do TJPR e no volume 3 da História do Judiciário Paranaense. Porque o desembargador Guimarães da Costa fez história, muita história. Desembargador Laertes Ferreira Gomes que o diga, outro companheiro inseparável, infelizmente não pode hoje estar presente. E as suas tertúlias ensinando a todos nós são inolvidáveis, estão gravadas para a posteridade no éter da nossa dimensão. Fui amigo fiel. Sei que foi amigo fiel. O que nos une é uma coisa atávica, passou tempos e tempos e nos reencontramos nessa vida. Nossa missão foi distribuir justiça. E o desembargador Guimarães da Costa fez isso com galhardia, com o sublime dom de Deus. E devo dizer aqui que foi muito magnânimo o Supremo Jurista do Universo de lhe conceder essa graça de estar aqui nos seus três quartos de século de vida. E essa missão está concluída. Prestação jurisdicional entregue como escreviam ao final das suas sentenças os magistrados Jucimar Novochadlo e Rosene Arão de Cristo Pereira entre outros. Desembargador Guilherme Luiz Gomes, vossa excelência é testemunha do trabalho profícuo desenvolvido pelo desembargador Guimarães da Costa. Desembargador Fernando Wolff Bodziak está nesse mesmo patamar. Desembargador Lauri Caetano da Silva também faz parte desse clube de seletos amigos. Desembargador Salvatore Astuti é outros daqueles companheiros de boa cepa. Somos poucos, mas fizemos muito, mas faremos muito mais ainda, em outras plagas, em outras vidas, em outros mundos. Quem sabe. Obrigado Juca.”
Em seguida, fez uso da palavra o desembargador Guilherme Luiz Gomes, presidente da 1ª Câmara Cível, em seu nome e dos integrantes do órgão colegiado.
Emocionado, o desembargador José Joaquim Guimarães da Costa agradeceu a todos indistintamente.
Também o colendo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, presidido pelo desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen, na sessão de 12 de agosto, homenageou o desembargador Guimarães da Costa em razão da sua aposentadoria.
Discorreu o presidente Keppen: “Por onde o desembargador José Joaquim Guimarães da Costa passou, deixou marcas profundas e ajudou a elevar o bom nome do nosso Tribunal de Justiça na Terra das Araucárias. A contribuição de vossa excelência para o Judiciário Paranaense é fundamental. Seu legado permanecerá na história da justiça paranaense.”