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Magistrado Sergio Jorge Domingos


MAGISTRADO SERGIO JORGE DOMINGOS

Por Desembargador Robson Marques Cury

Natural de Jacarezinho, filho de Jorge José Domingos e Maria Assad Domingos.

Ingressou na magistratura através concurso público, nomeado em 02/07/1986, Juiz Substituto na 52ª. Seção Judiciária com sede em União da Vitória. Nomeado em 01/09/1987, Juiz de Direito da comarca de entrância inicial de Dois Vizinhos. Promovido por merecimento, em 12/04/1991, para a vara criminal e anexos da comarca de entrância intermediária de Jacarezinho. Em 14/06/1995 foi removido para a vara cível da mesma comarca. Em 19-03-1997, foi promovido por merecimento para a entrância final de Foz do Iguaçú, onde ocupou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Em 04/03/1998, foi removido por merecimento para a comarca de Curitiba. Em 17/06/2002, foi removido pelo critério de merecimento para a Vara de Precatórias Cíveis de Curitiba. Em 17/04/2004, obteve opção para a 22ª. vara cível de Curitiba. Faleceu em 07-12-2015 no exercício das suas funções.

Sua esposa Jussara recordou alguns fatos pitorescos, lembrando os bons tempos da carreira no interior.
          
Em União da Vitória, no início da carreira como Juiz Substituto, mantivemos grande amizade com o Promotor de Justiça Doutor Viana, cujo casamento foi celebrado pelo Sérgio com autorização do Tribunal de Justiça, em bonita, pomposa e elegante cerimônia.

Na comarca inicial de Dois Vizinhos, em 1987, a casa destinada ao juiz era muito velha (de madeira, construída aos moldes das primeiras casas durante a colonização onde se fazia uma espécie de grade e depois revestiam com madeira). Com algumas reformas nos mudamos. Após tudo arrumado ... uns três dias depois, Sergio levantou à noite e sentiu que pisava em algo, acendendo a luz levamos um susto ... baratas infestavam o assoalho e subiam pelas paredes. Nos mudamos para o hotel, e lá ficamos até a completa dedetização da casa.

Em outro dia, ouvimos à noite miados de gatos. Difícil foi identificar que os miados vinham das paredes. Verificou-se depois, que uma família de gatos, morava entre as paredes do nosso quarto.

Eleição de 1988 em Dois Vizinhos. Quatro horas da manhã, bate à porta o presidente de partido político forte na cidade. Muito nervoso, queria falar com o juiz. Enquanto conversavam, chegou o presidente do partido político adversário. Ambos exaltados, Sérgio pediu que eu fizesse café e colocasse a mesa. Resultado: todos tomaram café, conversaram, ânimos acalmados, saíram para os locais de votação, bem na hora de abrir as seções eleitorais.

O Prefeito Municipal eleito, foi com comitiva à nossa casa para convidar-me a ocupar o cargo de Secretária da Educação. Sérgio agradeceu muito e declinou o convite, pois a esposa do juiz, não poderia ser funcionária da prefeitura, pois prejudicaria a isenção do Poder Judiciário.

Certa vez, ocorreu uma invasão de casas populares em construção, abandonadas pela empresa da obra em razão de pendência judicial, algumas prontas, outras inacabadas: sem teto ou sem assoalho. O padre da cidade apareceu cedinho em casa, muito agitado dizia: ‘essa noite os sem teto invadiram as casas, não tenho nada com isso’.

Quando da audiência, para tratar do caso, os sem teto em grande número reuniram-se em frente ao fórum, para protestar. Com velas acesas, rezavam e cantavam em meio a palavras de ordem. A cidade toda ficou muito agitada.

Começo da noite, Sérgio recebeu telefonema do delegado. Fuga da cadeia local. Sérgio foi para a delegacia, passou lá a noite, veio reforço de Francisco Beltrão. Alguns foram recapturados, outros não. Ao retornar para casa já claro, um dos fugitivos apresentou-se dizendo: ‘Eu não queria fugir, mas me obrigaram, então passei a noite escondido na árvore em frente à sua casa’.

Recem chegados, em 1991, à comarca de entrância intermediária de Jacarezinho, recebo em casa um telefonema:

- Alô!
-Quero falar com o Sérgio.
-Ele não está.
-Quem tá falando?
-A esposa dele.
-Como esposa??? Eu sou a namorada dele.
-Confusão de nomes. O outro Dr. Sérgio era o médico da cidade!!!
-Divertido, mas deu briga.

Já em Foz do Iguaçu, no ano de 1997, fomos buscar meus sogros, Dr. Jorge José e D. Maria no aeroporto. No trajeto, mostrei-lhes a lanchonete Mac Donald que havia sido inaugurada no dia anterior. No outro dia, chega em casa o jornal local, com a manchete: ‘Mac Donald, se desentende com os vereadores’.
Minha sogra: ‘nem bem chegou à cidade, já está brigando’.
Mac Donald era o prefeito da cidade!  
Bons tempos!!!

Por Desembargador Robson Marques Cury