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Crianças acolhidas em abrigos encontram a oportunidade de convívio familiar e social

Legenda Foto: Divulgação.

CRIANÇAS ACOLHIDAS EM ABRIGOS ENCONTRAM A OPORTUNIDADE DE CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL

Para apadrinhar uma criança, é preciso ter mais de 21 anos, não ter antecedentes criminais e condições financeiras de ajudá-la

 

Em almirante Tamandaré 6 crianças que vivem acolhidas em abrigo podem sair aos domingos para convivência familiar. Esses encontros não acontecem com os membros das próprias famílias, pois se trata da oportunidade dada por um programa de apadrinhamento.

No projeto “Apadrinhar é Legal” pessoas com mais de 21 anos de idade, que não possuam antecedentes criminais e que tenham disponibilidade afetiva e financeira, após participarem de oficinas e serem aprovadas, podem ser padrinhos.

Com a ajuda das psicólogas e equipe da Vara da Infância e da Juventude, esses padrinhos conhecem as crianças que podem ser apadrinhadas e iniciam o processo de aproximação.

 

Início

Após os primeiros contatos, que acontecem dentro da instituição, os padrinhos buscam a criança no abrigo e a levam para as atividades familiares e sociais.

Há 21 crianças e adolescentes aguardando para serem apadrinhados, 5 casais e 1 padrinho já fazem as atividades de convivência familiar e social com 6 crianças e adolescentes. 2 adolescentes estão em processo de aproximação e de formalização do apadrinhamento.

 

Experiência

A gerente de comunicação e marketing, Suzanne Darie, que é madrinha de uma menina de 12 anos, integra a apadrinhada à família com participação em almoços com seus pais, filhas e família do namorado, Luiz Carlos Adad, que participa do projeto como padrinho da criança.

A menina, segundo Suzanne, se dá bem com as filhas dela e os filhos do namorado, gosta de sair com o casal para passeios de bicicleta, ver filmes na tevê em companhia deles e também de ir a parques e cinemas.

“Esse compromisso em apadrinhar é muito sério e importante para a criança, há momentos de muita integração e diálogo, mas também ocorrem problemas, como em qualquer relação. É preciso entender que o relacionamento é uma construção”, disse Suzanne, que é madrinha junto com Luiz Carlos desde de fevereiro de 2016.

O advogado Alexandre Arseno apadrinha um adolescente de 13 anos há aproximadamente 6 meses. Nesse período as atividades, realizadas a cada 15 dias, são voltadas a atender a curiosidade social do menino e a convivência familiar.

O primeiro passeio foi no Parque Barigui, algo que o jovem queria muito fazer. O Natal de 2016 foi com a família de Alexandre, momento em que, segundo ele, o menino demostrou total integração com as pessoas.

“Apadrinhar está mudando minha vida. Quando alguém que sabe desse meu trabalho fala que o meu apadrinhado tem sorte em participar do programa, eu sempre digo que quem está ganhando com a participação sou eu”, enfatiza.

 

O Programa

O “Programa Apadrinhar é Legal” tem por objetivo proporcionar às crianças e aos adolescentes acolhidos nas instituições a conivência familiar e com a comunidade, proporcionando momentos de lazer e estreitamento de laços afetivos.

Diferente da adoção, que é uma medida judicial de colocação, em caráter irrevogável, de uma criança em outra família, o apadrinhamento estabelece vínculos afetivos significativos, mas não uma vinculação de filiação. Os padrinhos contribuem com auxílio moral e material para a criança apadrinhada, porém, ela continua acolhida na instituição de origem.

O candidato a padrinho passa por uma entrevista preliminar para avaliar o perfil do pretendente e das crianças ou adolescentes no intuito de avaliar a afinidade de ambos. Além disso, existe uma preparação com palestras, oficinas e reuniões, em que são apresentadas as regras e as normas do programa. Após esse processo, começam as primeiras aproximações entre padrinho e afilhado até chegar o esperado dia de deixar a instituição e conhecer sua “família afetiva”. 

As crianças apadrinhadas têm mais de 7 anos de idade e estão acolhidas sem perspectiva de colocação em família substituta, devido à ausência de adotantes interessados e impossibilitados de serem reintegrados à família natural. Nesse caso, o Programa Apadrinhar é Legal é a única possibilidade de propiciar à criança a ampliação da visão de mundo e das relações, que passam a não se restringir às vividas dentro de uma instituição. Também permite a construção de novas vivências e uma referência positiva de estrutura familiar, o que é determinante na construção da própria história de vida.

Quem quiser ser um padrinho ou madrinha precisa ter mais de 21 anos, não possuir antecedentes criminais e ter compromisso e disponibilidade afetiva ou financeira. Fora isso, é participar da entrevista e das reuniões e seguir as regras. Depois, é só dar e receber, amor.

 

Quer apadrinhar?

Entre em contato com o Serviço Auxiliar da Infância e da Juventude do Fórum de Almirante Tamandaré e participe da próxima oficina que acontecerá no dia 10 de junho.

Pelo telefone:  3375-3194, ou pelo e-mail almirantetamandaresaij@tjpr.jus.br