Notícias

Desembargador Telmo Cherem


DESEMBARGADOR TELMO CHEREM

Por Robson Marques Cury 

Telmo Cherem, filho de João Cherem e de Polha Stivelberg Cherem, nasceu em Tijucas (SC), no dia 27 de novembro de 1953. É casado com Iara Santos Cherem. 

Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná, em 1975, e possui pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e em Administração Universitária, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná em convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina. 

Telmo Cherem foi professor titular da disciplina de Direito Civil na Faculdade de Direito de Curitiba (atualmente Centro Universitário Curitiba – UniCuritiba) e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, na qual também foi Diretor do Curso de Direito e Vice-Diretor do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais. 

Além de ter atuado na docência, exerceu a advocacia de 1975 a 26 de junho de 1990, quando foi nomeado representante do Quinto Constitucional para o cargo de juiz do extinto Tribunal de Alçada do Estado do Paraná, tendo figurado na primeira colocação da primeira lista sêxtupla (a partir da Constituição Federal de 1988), elaborada pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. 

Em fevereiro de 1995, Telmo Cherem foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, passando a integrar a Sexta Câmara Cível. Em seguida, compôs a Segunda Câmara Criminal e, atualmente, integra a Primeira Câmara Criminal e o Órgão Especial, sendo o decano da Corte. Participou de diversas bancas examinadoras de concursos públicos para ingresso na magistratura, além de integrar Comissões Permanentes e Especiais do Tribunal de Justiça.  

Foi presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná entre 1º de fevereiro de 2007 a 31 de janeiro de 2008. Em maio de 2014, recebeu o título de Cidadão Honorário do Estado do Paraná e, em dezembro do mesmo ano, recebeu a comenda “Grã-Cruz” da Ordem do Pinheiro do Estado do Paraná. 

Em 20 de agosto de 2019, como decano da corte, o desembargador Telmo foi o primeiro entrevistado do programa História do Judiciário Paraná, projeto audiovisual veiculado no canal do YouTube do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – iniciativa do então presidente Xisto Pereira. 

“Contou para a jornalista Daniele Machado que veio para Curitiba ainda garoto, onde, após os primeiros estudos, descobriu que não apreciava a aritmética. Apaixonou-se pelo clássico do Colégio Estadual do Paraná, pois gostava de escrever e de ler, e as ciências humanas e sociais o levaram naturalmente ao vestibular de Direito, último, antes da reforma de ensino, com prova dissertativa de Latim, Filosofia, História. Tinha vocação nata. Os cursinhos eram direcionados: Bardal para quem pretendia Medicina; Dom Bosco para os que buscavam Engenharia; e o Camões para os interessados em Direito. Foi aprovado nos vestibulares da Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Seu tio, que era advogado, prometeu a Telmo um trabalho em seu escritório, caso aprovado no vestibular. Empenhou-se com sucesso, e lá começou como office-boy. Chegou a sócio e passou a conhecer todos, frequentando o fórum diariamente no tempo das fichas dos processos. Passou a admirar a atuação dos advogados, promotores e juízes. Depois de 19 anos trabalhando como advogado, chegou à conclusão de que o trabalho de gabinete de juiz lhe despertava mais interesse. 

Foi o primeiro advogado escolhido pela classe. Com a inovação da Constituição Federal, disputou com 64 candidatos para duas vagas, recebendo 27 dos 29 votos da OAB para integrar a lista sêxtupla. Seu adversário foi a pouca idade de 35 anos. Na lista tríplice, com exceção de dois votos, foi escolhido para o Tribunal de Alçada pelo governador que não o conhecia. 

Muito penoso o início, devido ao seu noviciado, no Tribunal de Alçada que contava com 25 membros, sendo que os primeiros quatro anos de cansativo trabalho de aprendizado o forjaram. Dominava a escrita com facilidade e desenvolveu a palavra oral na advocacia. Quando foi para o Tribunal de Justiça, que contava com 35 desembargadores, também foi muito bem recompensando pela acolhida na ocasião, apesar de ser o benjamin.  

Com a fusão, em 1994, do Tribunal de Justiça (50 membros) com o Tribunal de Alçada (70 membros), o tribunal mais que dobrou, e o então presidente, o desembargador Tadeu Marino Loyola Costa, o designou numa comissão incumbida de estabelecer o número de membros das câmaras, com três ou cinco, como no Alçada, sendo adotada a especialização do Alçada. Arriscaram mesmo sem dados estatísticos, trazendo celeridade e qualidade aos julgamentos, claro que com ajustes no passar do tempo. 

O Tribunal foi um antes do Projudi e outro depois. O sistema Projudi trouxe a era da informática. Acelerou tudo. A diferença é enorme. Com o advento da tecnologia, o trabalho artesanal realizado através de pesquisa em livros e revistas especializadas foi deixado de lado. Clica um botão e tem toda a jurisprudência.  

Gosta muito de esportes. Já jogou futebol até que seus tornozelos engessados diversas vezes o impediram. Já viajou muito. Hoje conhece o mundo na telinha. O seu maior entretenimento atualmente é ler. Sempre foi leitor voraz. 

Seu maior prazer é passar um tempo com a sua neta, tempo que não teve com sua filha, devido ao trabalho, e o que a vida lhe ensinou, para recuperar o tempo perdido. O sábado é sagrado para o convívio com ela. É o maior relax. Resume a sua carreira em três palavras: leitura, trabalho e sorte.” 

Para mim, que convivi com o colega idealista por natureza, desde que ingressou no Tribunal de Alçada, sempre tive como norte as suas posições jurídicas traduzidas em suas manifestações, precipuamente através da palavra oral. Telmo Cherem sabe, como poucos, desenvolver seu raciocínio jurídico de envergadura, com maciço poder de convencimento. Tem, além da vocação para julgar, o dom da oratória, mercê da clareza e conhecimento dos temas para expor suas ideias com a leveza e a emoção que permeia seus nobres sentimentos. 

Maduro com 70 anos de idade, galvanizado por décadas de julgamentos nos Tribunais de Alçada e de Justiça, tem assistido gerações de magistrados chegarem e partirem. E os tem saudado com o mesmo entusiasmo e vigor das orações que proferiu no início da sua carreira no Poder Judiciário. 

Acesse aqui todos os depoimentos sobre o desembargador Telmo Cherem