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Magistrado Alberto José Ludovico


MAGISTRADO ALBERTO JOSÉ LUDOVICO

Por desembargador Robson Marques Cury

Alberto José Ludovico  é paulista e nasceu em Assis em 07 de agosto de 1954. Foi criado em Sertanópolis, no Paraná, no sítio do pai e da mãe. Sua família é de origem germânica, a mãe com sobrenome Kinzel e seu pai com sobrenome Ludwig, o qual foi abrasileirado para Ludovico no registro civil.  

O interessante é que, até ingressar na escola, ele só falava em alemão na casa do pai e da mãe. Após concluir os estudos escolares, ingressou no curso de Direito na Universidade Estadual de Londrina, onde se formou em 1979. Um dos seus professores foi o magistrado José Ulisses Silveira Lopes, que depois se tornou desembargador. Roberto Pacheco Rocha e Miguel Horst Bompeixe Kohler foram outros insignes professores magistrados.

Alberto José Ludovico se casou com Cecilia Naldi em dezembro de 1980. São suas filhas: Caroline, veterinária, residente em Rolândia, e Jaqueline, advogada, residente no Canadá. Ele tem cinco netos.

Começou a advogar em 1980 e fez estágio com Waltin Buaroli de Melo, o qual era muito inteligente e com excelente redação jurídicae integrava o grupo dos autodidatas sem formação em Direito, popularmente conhecidos como rábulas. Com Waltin Buaroli de Melo, Alberto José Ludovico iniciou os primeiros passos bem-sucedidos na advocacia.

Deve ao juiz de Direito de Sertanópolis, Toramatu Tanaka, o incentivo e o alerta para se preparar para o concurso para a magistratura. Alberto José Ludovico foi aprovado no concurso da magistratura juntamente com Miguel Kfouri Neto, Lídia Maejima, Paulo Roberto Vasconcelos, Luiz Carlos Gabardo, Julio Farah Neto, entre outros.

No dia da prova oral, em 08 de julho de 1984, nasceu a filha caçula, e o então corregedor, desembargador Luiz Renato Pedroso, sugeriu o nome de “Concursina”, mas a escolha final foi o nome Jaqueline por conta da decisão da mãe.

Alberto José Ludovico assumiu o cargo de juiz substituto na Seção Judiciária de Rolândia, mas foi designado por indicação do juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Jair Ramos Braga, para atuar na comarca de Porecatu. Nessa época, foi criada a comarca de Centenário do Sul, onde ele passou a morar com a esposa e as filhas pequenas. Quando o prédio do fórum foi inaugurado, como não tinha hotel na cidade, hospedou os desembargadores Adolfo Kruger Pereira e Negi Calixto juntamente com as suas esposas.

Foi nomeado juiz de Direito de entrância inicial de Centenário do Sul, sendo o seu primeiro magistrado, por Decreto do Governador José Richa, e foipromovido, em 1989, para a intermediária de Peabiru. Alberto José Ludovico estava em regime de exceção devido ao acúmulo de serviço e acabou colocando o serviço em dia, o que foi constatado “in loco” pelo corregedor da Justiça Luiz Renato Pedroso.

Em 1992, foi removido para Rolândia, onde até hoje permanece após a elevação dessa comarca de entrância final.

Durante alguns anos, exerceu o magistério, inclusive na Escola da Magistratura em Londrina.

Em sua carreira, Alberto José Ludovico proferiu sentenças em questões jurídicas altamente controvertidas. Como a discussão sobre coisa julgada material e coisa julgada processual na investigação de paternidade.

Sua decisão reconhecendo a coisa julgada processual foi reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça, que reformou a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná. Outra questão pioneira foi a sentença concedendo alteração no registro civil do nome e do gênero.

Permanece prestando jurisdição na comarca de Rolândia,integrando o reduzido grupo de magistrados, atuando há mais de trinta anos na mesma comarca do interior da terra das araucárias.

 É cidadão honorário de Rolândia, título concedido em outubro de 2022.

Alberto José Ludovico foi homenageado pela Amapar em agosto de 2016 com a Comenda do Mérito Alceste Ribas de Macedo. Também foi  

distinguido com a Medalha Coronel Sarmento, alta honraria concedida pela Polícia Militar do Estado do Paraná.

O conheci há muitos anos na Colônia de Férias de Guaratuba, onde nossos filhos cresceram, e uma sólida amizade foi forjada, merecendo o nosso dedicado colega “Alemão”, o respeito e a admiração dos seus pares.

Do alto da sua simplicidade, responde aos que lhe perguntam os motivos que o levaram a permanecer cerca de três décadas na mesma comarca: “Não tem nada especial. Fui bem recebido, falo com os advogados e as partes. Todos me conhecem. Procuro tratar bem as pessoas indistintamente, nunca tive nenhum problema, nem fui hostilizado ou ameaçado por ninguém. Ando pela rua, todos me conhecem e cumprimento e converso com os cidadãos. Trabalho com excelente equipe de alto nível. Fui ficando. Eu e a minha família sempre fomos muito felizes em Rolândia. É a vida que segue. E não me arrependo de permanecer trabalhando todos esses anos nessa progressista comarca.”

E conta que os perrengues da carreira são naturais e comuns a todos, como chegar na comarca e não ter uma casa para morar e trabalhar em um fórum  improvisado. Coisas dessa natureza aconteceram quando foi para Centenário do Sul, onde trabalhou alguns anos num prédio cedido por um colégio, e quando foi para Peabiru, onde não tinha casa habitável e foi um transtorno.