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Mulheres representam 34,30% dos integrantes da magistratura

A participação das mulheres no Judiciário paranaense teve um aumento significativo nas últimas décadas. Nos anos 70, havia apenas seis mulheres magistradas para 232 homens, perfazendo um total de 2,78%. Atualmente, dos 790 integrantes da magistratura, 271 são mulheres, ou seja, elas representam 34,30% do total de magistrados.

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) conta com o trabalho de 16 desembargadoras, e de 255 juízas. Sendo que a primeira mulher a exercer o cargo de juíza foi Lilia Lopes Teixeira, que em 19 de abril de 1950, ingressou na Magistratura paranaense.

Aproximadamente 50 anos depois, em 26 de fevereiro de 1999, a primeira mulher a ser indicada para integrar a mais alta Corte de Justiça do estado foi a desembargadora Regina Helena Afonso de Oliveira Portes. Daquela data até os dias de hoje, outras 15 mulheres passaram a ocupar o cargo de desembargadora.

A desembargadora Regina Portes, que também foi a primeira mulher a ocupar um cargo no extinto Tribunal de Alçada e a primeira a presidir o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), conta que enfrentou certa resistência no início de carreira, causada, principalmente pela tradição, por tratar-se de uma profissão que, por muito tempo, foi ocupada só por homens. "Sem dúvidas a mulher enfrenta mais desafios que o homem no trabalho da magistratura que, por muito tempo, foi uma carreira predominantemente masculina" afirma a magistrada.

Além do trabalho usual na magistratura, muitas desembargadoras desenvolvem projetos e trabalhos acadêmicos, em prol da comunidade.  A desembargadora Lenice Bodstein, por exemplo, em sua monografia "Tendências Criminológicas Contemporâneas", desenvolvida para a conclusão de sua Pós-Graduação em Criminologia, na Universidade Hanseática de Hamburgo (Alemanha), analisa o atendimento prestado pelo estado do Paraná à vitima da violência doméstica, com a participação efetiva do Poder Judiciário.  

Outro caso é o da desembargadora Joeci Machado Camargo que, desde 2003, coordena o programa de responsabilidade social do TJ, Justiça no Bairro, que tem o objetivo de levar assistência jurídica rápida e gratuita à população carente.

Já a desembargadora Denise Krüger Pereira foi designada suplente na Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar. A coordenadoria é responsável por elaborar sugestões para o aprimoramento da estrutura do Judiciário na área do combate e prevenção à violência doméstica e familiar contra as mulheres; dar suporte aos magistrados, aos servidores e às equipes multiprofissionais visando à melhoria da prestação jurisdicional; entre outras atribuições.

Embora o número de mulheres ainda seja consideravelmente menor do que o de homens, o aumento da presença feminina no Tribunal de Justiça segue a tendência de equiparação dos sexos no mercado de trabalho. "A mulher é muito vocacionada para a magistratura, por sua peculiar sensibilidade e dedicação, é muito difícil encontrar um processo pendente no gabinete de uma juíza" conclui a desembargadora Regina Portes.