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A Família Macedo tem certa notoriedade no Brasil. Originária de Portugal, é classificada como toponímico, ou seja, de origem geográfica. Macedo significa lugar de muitas macieiras e as pessoas lá nascidas eram chamadas de “fulano de Macedo”, e os seus descendentes disseminaram este nome por várias partes do mundo.  

Outra versão é de que o Brasão da Família Macedo ostenta uma maça-de-guerra, a qual era utilizada na antiguidade pelos membros de uma família com exímia perícia nas guerras de que participavam. A partir daí essas pessoas passaram a ser conhecidas como os “Macedo”.   

Um dos ramos ilustres dos Macedo no Judiciário Paranaense foi iniciado pelo Desembargador James Portugal Macedo, nascido em 28 de agosto de 1901, filho de Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo e Clotilde Portugal de Macedo, que judicou em diversas comarcas inclusive em Cerro Azul, a sua primeira comarca, onde está entronizada sua fotografia na galeria dos magistrados. É patrono do Fórum de Palmeira.  

Seu pai, Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo, foi um dos fundadores e catedrático da Universidade Federal do Paraná, tendo sido também Secretário da Justiça da Província do Paraná, Procurador Geral do Ministério Público, Deputado Federal — em 1909 apresentou substitutivos ao Código de Processo Civil e Código de Processo Criminal os quais não foram aprovados —, Procurador Geral do Estado incumbido pelo Presidente do Paraná (Governador) Affonso Alves de Camargo, elaborou o Código de Processo Civil (Lei nº1.915 de fevereiro de 1920) e o Código de Processo Criminal do Paraná, e, como Deputado Estadual, obteve a aprovação pela Assembleia de Deputados.  

O Des. James Portugal Macedo publicou cinco volumes sobre a carreira e a obra do seu pai Francisco. A mãe Clotilde, de sobrenome Portugal, originário do País do mesmo nome, situado na Península Ibérica do continente Europeu, representa outra família com atuação marcante no Judiciário do novo Estado. 

Macedo contraiu núpcias com Maria Luiza Romaguera, descendente de família originária da Espanha, de antiga e nobre linhagem Catalã. Seu filho foi o advogado Francisco Luiz Romaguera Macedo, que ocupou diversos cargos da administração estadual, inclusive o de Promotor interino.  

E o seu neto é o Desembargador Francisco Luiz Macedo Junior, nomeado em 01 de julho de 1986, após aprovação em concurso público para a seção judiciária de Paranaguá, tendo judicado nas comarcas de Jaguapitã, Pitanga, Apucarana, Cascavel e Curitiba.  

Ao tomar posse como Desembargador, em 31 de outubro de 2008, ao lado dos seus colegas Antonio Loyola Vieira e Mario Helton Jorge, pronunciou memorável discurso, contando passagens pitorescas da sua carreira, com destaque para o caso do “porco cru”, demonstrando a força da sua personalidade humanista. A crônica com esse título foi publicada em 2016 na obra “A Justiça Além dos Autos” editada pela Corregedoria Nacional de Justiça.  

Outro neto é o Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau Ricardo Augusto Reis de Macedo, que já ocupou por eleição em 2017 o cargo de Juiz de Direito Substituto do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Exerceu o cargo de Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça, biênio 2019/2020.  

Os netos herdaram a biblioteca do avô James Portugal Macedo, composta por quatro mil volumes. A comissão de preservação da memória do Tribunal de Justiça do Paraná, por mim presidida, e integrada pelo magistrado Ricardo Augusto Reis de Macedo, estuda a destinação desse histórico acervo bibliográfico, diante da intenção de doação manifestada pelos herdeiros do Desembargador James Portugal Macedo.  

Por Desembargador Robson Marques Cury