Nesta sexta-feira (29/10), o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) promoveu um evento musical em comemoração aos 150 anos da Imigração Polonesa em Curitiba. No evento, foi homenageado o Professor Doutor Aloísio Surgik, especialista em Direito Romano. A comemoração aconteceu no espaço Svago da Presidência do TJPR, um lugar de inspiração e colaboração a céu aberto, e transmitida ao vivo pelo YouTube do TJPR. 

A celebração contou com apresentação musical de cordas, performada pelos filhos de Aloísio, Luís Gustavo Surgik e Ana Helena Surgik. Participantes do Grupo Folclórico Polonês do Paraná, Matheus Heibel Feitosa e Maíra Kozlowski, também se apresentaram, presenteando o evento com uma dança típica polonesa. 

Em 1871, chegaram a Curitiba 34 famílias de poloneses transmigrados de Brusque, vieram para ocupar áreas até então desabitadas, onde é, hoje, o Pilarzinho. Desde essa época, dezenas de milhares de poloneses chegaram para povoar e desenvolver diversas regiões do Estado do Paraná. Porém, foi nos arredores de Curitiba que se fixaram em maior número, e construíram o chamado cinturão verde, que abasteceu e ainda abastece a capital paranaense com hortifrúti granjeiros. 

O número de descendentes de poloneses não é oficialmente definido, mas acredita-se que 20% da população paranaense possa ter vínculo ascendente com a Polônia. Foram 150 anos de contribuições ao Paraná, nas artes, nos costumes e, principalmente, na agricultura, a maior referência do nosso estado. 

“Para o Curitibano, o legado polonês está por toda parte. São os olhos cor de céu tão comuns aqui em Curitiba, as casas coloridas enfeitadas com lambrequins e a literatura de Dalton Trevisan, com seus vampiros e polacas. Aqui nos deliciamos com pierogui e ‘sonhos de nata’”, disse o Presidente do TJPR, Desembargador José Laurindo de Sousa Netto, em seu discurso. 

Homenageado 

O Professor Doutor Aloísio Surgik, jurista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor pela Universidade de São Paulo, começou a sua carreira acadêmica em 1976, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, mas também lecionou na UFPR, onde se aposentou em 1992, além de ter lecionado na Unicuritiba, na Universidade Tuiuti do Paraná, no Centro Universitário Internacional, na Universidade Contestado em Santa Catarina. 

Especializou-se em direito processual civil, mas ao longo da vida dedicou-se ao estudo da história do direito e, principalmente, ao direito romano, matéria pela qual foi mais reconhecido e considerado referência. Foi autor de obras como, “Lineamento do Processo Civil Romano”, “Compêndio de Direito Processual Canônico” e “Viajando pela História – do Direito Romano ao Contemporâneo”. 

Foi casado com a senhora Ana Maria Santos Surgik, falecida em 2017, com quem teve três filhos: Luís Gustavo Surgik, Ana Helena Surgik e Ana Carolina Surgik.