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Nota de pesar pelo falecimento da desembargadora Conchita Toniollo


NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DA DESEMBARGADORA CONCHITA TONIOLLO

Uma das primeiras juízas paranaenses, a desembargadora aposentada tinha 91 anos e atuou por 36 anos na magistratura 

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) lamenta o falecimento da desembargadora aposentada Conchita Toniollo, aos 91 anos, no dia 9 de janeiro de 2024, em Francisco Beltrão (PR). A magistrada foi uma das precursoras da magistratura feminina no estado, sendo uma das primeiras juízas do Paraná, e exerceu um papel relevante no Judiciário paranaense.  “Não fui a primeira, mas ajudei a abrir muitas portas para as mulheres na Magistratura”, afirmou a desembargadora em um evento da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) e da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), em 2017.

O velório da desembargadora foi realizado na Capela do TJPR nesta quarta-feira (10/01), e o sepultamento será no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba. A desembargadora teve duas filhas e atuou por 36 anos na magistratura.  

Conchita Toniollo era filha de Julio Toniollo e Cacilda Seeling Toniollo e nasceu no dia 3 de dezembro de 1932, em Curitiba (PR). Ela se formou bacharel pela Faculdade de Direito de Curitiba, na turma de 1964. A sua carreira na magistratura como juíza substituta iniciou no dia 12 de junho de 1966, na comarca de Sengés, sede da Seção Judiciária que abrangia as comarcas de Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro, Wenceslau Braz e São Jerônimo da Serra.  

A magistrada foi aprovada em concurso para juiz de dDireito no dia 7 de outubro de 1967 e foi nomeada para as comarcas de Wenceslau Braz e Rio Negro. Promovida para a comarca de Francisco Beltrão, ali permaneceu até 1973, quando retornou, por remoção, a Rio Negro. Em 1979, Conchita atuou na comarca de Campo Largo, pela qual respondeu até 1981.

Foi convocada para atuar na Câmara Cível do Tribunal de Alçada e, por duas vezes, por convocação, atuou como substituta no Tribunal de Justiça, na Câmara Criminal. Em 3 de dezembro de 1993, tomou posse como juíza do Tribunal de Alçada, onde exerceu a vice-presidência em 2002, e foi promovida a desembargadora do TJPR no dia 22 de março de 2002 pelo critério de antiguidade. Aposentou-se compulsoriamente no dia 3 de dezembro de 2002.

Ao longo da carreira, Conchita Toniollo enfrentou várias dificuldades, mas sempre teve como ideal fazer “algo de bom para a humanidade” e atuou para acelerar a tramitação de processos nos locais onde exerceu a função de magistrada.  Um dos seus julgamentos de grande repercussão foi a interpretação da lei sobre a responsabilidade dos motoristas ao dirigirem embriagados. “Para ser juiz, é preciso muita dedicação, é um sacerdócio. É preciso estudar bastante, trabalhar durante o dia, às vezes durante a noite, nos fins de semana, nas férias. A regra é atender as necessidades da sociedade e dar uma resposta rápida”, contou a desembargadora, em uma entrevista de 2014.